quinta-feira, 24 de março de 2022

Exercícios - Políticas e Problemas Ambientais 3

 Questão 26) 

  

A força das águas tem viabilizado a construção de usinas hidrelétricas de grande porte no Brasil, sendo Itaipu um exemplo.


Com base nos conhecimentos sobre desenvolvimento e a questão socioambiental, considere as afirmativas a seguir.


I.    A retirada das populações das áreas atingidas por construção de hidrelétricas tem produzido impactos sociais, como o desenraizamento cultural.

II.    Itaipu é um exemplo da prioridade dada à preservação dos habitats naturais no projeto nacional-desenvolvimentista defendido pelos militares pós-64.

III.    As incertezas sobre os impactos ambientais com a construção de usinas hidrelétricas trouxeram, por desdobramento, a formação de movimentos dos atingidos pelas barragens.

IV.    A construção de hidrelétricas liga-se, também, à preocupação com a crise energética mundial prevista para as próximas décadas.


Assinale a alternativa correta.


a)    Somente as afirmativas I e II são corretas.

b)    Somente as afirmativas II e IV são corretas.

c)    Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d)    Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e)    Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.


Gab: E


Questão 27) 

  

Brasil não tolerará internacionalização da Amazônia, diz Jobim.


Brasília, 12/04/2011 – O Brasil cuidará de seu território por si mesmo e não tolerará a pretensão de internacionalização da Amazônia, disse nesta terça-feira o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao falar no III Seminário de Defesa, um dos eventos promovidos pela LAAD 2011 (Latin America Aerospace & Defence), maior feira de tecnologia de defesa e de segurança da América Latina. A LAAD 2011 foi aberta nesta terça-feira (12/04), no Riocentro, Rio de Janeiro.

https://www.defesa.gov.br


O texto acima é parte de uma reportagem sobre o espaço Amazônico e de uma preocupação estratégica nacional. A respeito do tema, considere I, II e III.


I.    O então ministro Nelson Jobim fez referência à resolução que determina a administração internacional da Amazônia Brasileira, aprovada no Conselho de Segurança da ONU.

II.    O tema de uma suposta internacionalização da Amazônia é recorrente no Brasil e serviu para justificar políticas de ocupação com grandes projetos de desenvolvimento, principalmente durante o período da ditadura militar.

III.    A presença de organizações não-governamentais estrangeiras, práticas de biopirataria e manifestações de autoridades estrangeiras, que questionam a soberania nacional a respeito da Amazônia, são alguns dos fatores que têm motivado reações como a do então ministro da Defesa, assim como de setores civis e militares do país.


Estão corretas, apenas,


a)    I e II.

b)    II e III.

c)    I e III.

d)    I, II e III.

e)    I.


Gab: B


Questão 28) 

  

“O Código Florestal tornou objetivos alguns conceitos consagrados na ciência, como a importância da conservação dos solos, das águas, da paisagem, da vegetação e fauna e suas relações com ciclos biogeoquímicos. Normas como as Áreas de Preservação Permanente (APPs), e as Reservas Legais (RL), ao serem aplicadas, garantiriam a permanência da “saúde ambiental” da propriedade, combinada com a “saúde econômica da produção”. Entretanto, o Código Florestal esteve por muitos anos no 'ostracismo'. Nas escolas de agronomia não era ensinado, no campo não era cumprido, e não era exigido pelos órgãos de fiscalização.”

(Maria Cecília Wey de BRITO. Esforços pela Preservação no Brasil.
In: Revista Scientific American.
São Paulo: Duetto, nº 39. 2011, p. 13)


Com relação ao Código Florestal é correto dizer que


a)    o Código Florestal é de fato uma lei de baixa aplicação, mas somente no que diz respeito às medidas legais em propriedades privadas; no que diz respeito às terras públicas, ele é rigorosamente seguido.

b)    a despeito de sua baixa efetividade no controle das condições ambientais, há um processo de reforma de seu conteúdo, tornando-o menos rigoroso em vários aspectos, como por exemplo, na definição dos limites das matas ciliares.

c)    algumas regras do Código Florestal não podiam ser seguidas por que elas sufocavam as atividades agrícolas, como por exemplo, a exigência de uma Reserva Legal nas propriedades que retira a maior parte das terras da produção.

d)    manter APPs (por exemplo, áreas em terrenos de elevada declividade, áreas obrigatórias de matas ciliares etc.) não era exigência para os agricultores, pois eles não podiam ser penalizados pela existência desse tipo de situação em suas propriedades.

e)    a mudança no Código Florestal vai melhorar sua aplicabilidade, pois vai tornar mais rigoroso o sistema de punições (advertências, multas e desapropriação), e também prevê campanhas de divulgação e de esclarecimento de sua importância.


Gab: B


Questão 29) 

  

Em 2011, houve grande discussão no país sobre o projeto de um novo Código Florestal. Entre as principais polêmicas que envolvem o tema, está a flexibilização das APPs (Áreas de Preservação Permanente), correspondentes às faixas de mata ciliar, em virtude do grau de degradação em que se encontram. Explique 


a)    um motivo que levou à destruição da mata ciliar em áreas rurais brasileiras; 

b)    a função da mata ciliar. 


Gab:

a)    Vários motivos podem ser apontados como fatores de destruição das matas ciliares em áreas rurais brasileiras. Citamos aqui alguns deles: o modelo de ocupação do território, que utilizava a rede hidrográfica como via de circulação favoreceu ocupações nas margens dos rios; a necessidade da água para a realização de diversas atividades econômicas, como plantações e criações de animais fazia com que estas atividades fossem localizadas à beira de rios e córregos; modelos de desenvolvimento agrário, como o Pró-Várzea, induziram a retificação de rios e córregos para ocupação de suas margens com plantações comerciais. 

b)    A mata ciliar tem como funções principais a estabilização das margens dos rios e a retenção de sedimentos das encostas, protegendo do assoreamento. 


Questão 30) 

  

Durante todo o ano de 2011, a discussão sobre as alterações do Código Florestal Brasileiro envolveu vários setores da sociedade. Dentre as principais polêmicas surgidas destacou-se aquela relacionada às APPs (Áreas de Preservação Permanente), em razão da preocupação com a preservação dos recursos hídricos.

   

Considerando-se o exposto,


a)    explique o significado de Área de Preservação Permanente.

b)    Qual é o tamanho das APPs nos cursos d'água de menos de dez metros de largura, de acordo com o Código Florestal vigente?


Gab:

a)    Área de Preservação Permanente é toda área coberta ou não por vegetação nativa, protegida por lei, visando à conservação dos recursos hídricos, da estrutura geológica, da paisagem e da biodiversidade; facilitando o fluxo de genes da flora e da fauna; protegendo o solo e assegurando o bem-estar das populações humanas.

b)    O tamanho das APPs é de 30 (trinta) metros para cursos d'água de até 10 m de largura.


Questão 31) 

  

No mês de maio deste ano, desabaram sobre a sociedade brasileira cenas de uma dupla violência: a violência contra a terra, com a aprovação do Código Florestal na Câmara dos Deputados, e a violência contra a pessoa humana, com os assassinatos dos líderes camponeses Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva, que se opunham ao desmatamento na Amazônia.

Artigo de Dom Tomás Balduíno publicado no

 portal Santa Catarina 24 horas, no dia 6/9/11, adaptado. 

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79182


O campo brasileiro está, historicamente, marcado por conflitos que envolvem interesses opostos dos diversos atores sociais. Os recentes fatos apresentados estão relacionados ao/à(s)


a)    oposição entre ambientalistas que aprovam o Código Florestal e ruralistas que exigem ampliação das áreas para produção.

b)    ações que resultam em desmatamento e concentração fundiária, de um lado, e à defesa da floresta e da posse da terra pelos trabalhadores rurais, de outro.

c)    ampliação da área de reserva legal defendida pelo agronegócio na Amazônia, em detrimento das áreas agrícolas destinadas ao pequeno agricultor.

d)    expansão das áreas de preservação permanente (APP) nas margens dos rios, que favorecerá as comunidades extrativistas.

e)    embate entre os trabalhadores rurais sem-terra que defendem o Código Florestal e os latifundiários que veem a reserva legal como obstáculo.


Gab: B


Questão 32) 

  

Observe o mapa abaixo:


Fonte: THÉRY, Hervé, Atlas do Brasil Disparidades e Dinâmicas do Território

2.ed.1.reimpressão-São Paulo, Ed da Universidade de São Paulo, 2009. p. 280.


Os corredores ecológicos visualizados no mapa são áreas de grande expressão territorial comparáveis, em alguns casos, à superfície de países europeus. Os corredores ecológicos da região amazônica podem ser associados a/à(s) 


a)    investimentos em redes de trafegabilidade de pessoas e produtos em áreas da floresta ombrófila densa e do cerrado, na fronteira com o estado do Mato Grosso.

b)    integração ecológica e econômica entre os estados da região Norte, podendo esta integração envolver outros países como Colômbia e Bolívia.

c)    áreas protegidas existentes, incluindo unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável,  reservas particulares e terras indígenas.

d)    delimitação de bacias hidrográficas no Domínio Amazônico, com base no Zoneamento Ecológico e Econômico.

e)    política de conservação do meio ambiente de forma sustentável, que promove a implantação de projetos de mineração, exploração de madeira e preservação dos remanescentes florestais.


Gab: C


Questão 33) 

  

Os seres humanos fazem parte do ambiente em que vivem, retirando dele os alimentos, o seu sustento e até sua diversão. A forte interação desses seres com o ambiente torna ambos sujeitos a perigos e riscos.


Sobre esse assunto, é correto afirmar que:


00.    para evitar ou prevenir certos riscos geológicos, é preciso que se estude o próprio perigo e a localidade onde potencialmente eles existem; um desses riscos são os movimentos de massa que ocorrem em encostas.

01.    a Geografia Física busca, também, analisar o perigo e avaliar os riscos geológicos em áreas costeiras, nas faixas tectonicamente ativas, onde podem acontecer sismos e maremotos.

02.    no que se refere à aplicação de agrotóxicos nas atividades agrícolas, é possível afirmar que são perigosos, mas que não representam riscos para o lençol freático, em face da sua grande profundidade.

03.    a avaliação de riscos é importante para priorizar ações e tomadas de decisões pelo Poder Público, evitando-se, assim, danos maiores ao ambiente; na ordem democrática, contudo, essas ações são inviáveis.

04.    existem perigos ambientais que são facilmente perceptíveis e identificáveis; outros perigos são imperceptíveis, mas podem ocorrer em longo prazo, e/ou quando submetidos a determinadas condições sendo, assim, denominados “perigos potenciais”.


Gab: VVFFV 


Questão 34) 

  

Em 18 de julho de 2000, foi publicada a lei 9.985, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. De acordo com essa lei, Unidade de Conservação:


a)    é o espaço territorial situado nas margens de rios e lagos, cuja abrangência de proteção depende da largura de cada corpo hídrico e da declividade do terreno localizado às margens desses corpos.

b)    é o espaço territorial situado em topos de serras, montanhas e outras formações cujo relevo exige garantias legais de proteção.

c)    são as áreas frágeis situadas em biomas bastante degradados, a exemplo da floresta Atlântica, cujo pouco que restou precisa ser conservado.

d)    é o espaço territorial e seus recursos, com características naturais relevantes, instituídos pelo poder público com objetivos e limites definidos, ao qual se aplicam garantias de proteção.

e)    são as áreas de propriedade pública, como Parques, Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental, Florestas Nacionais e Reservas de Desenvolvimento Sustentável, entre outras, nas quais a extração de recursos é proibida.


Gab: D


Questão 35) 

  

Para o Ministério do Meio Ambiente, o processo de desertificação gera uma perda de cinco bilhões de dólares por ano ao Brasil (cerca de 1% do Produto Interno Bruto) e já atinge gravemente 66 milhões de hectares no semiárido brasileiro e 15 milhões de pessoas em áreas do Bioma Cerrado e da Caatinga. No Brasil, 62% das áreas suscetíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por caatinga, sendo que muitas já estão bastante alteradas. 

(Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2011). http://www

.mma.gov.br/sitio/index.php. Acessado em 15/08/2011.) 


Considerando o texto acima, responda: 


a)    O que é desertificação e quais são as suas causas? 

b)    Quais os impactos sociais associados à desertificação?


Gab:

a)    Denomina-se desertificação o processo de transformação que ocorre em determinada área e resulta na aridez climática — modificação da paisagem marcada pelo empobrecimento do solo e pela rarefação da vegetação. Entre as causas da desertificação podem-se citar o uso indevido dos solos e o desmatamento, com consequente aceleração do processo erosivo.

b)    Os principais impactos sociais decorrentes da desertificação são: declínio da produção agropecuária; diminuição do nível de renda; maior incidência de desnutrição; e colapso socioeconômico local, que leva à repulsão populacional.


Questão 36) 

  

A ação intensiva do ser humano sobre o meio, em virtude da ocupação do solo, tanto no espaço urbano quanto no rural, altera as condições ambientais originais. 

Observe as figuras a seguir, que ressaltam a hidrografia como um elemento marcante da paisagem.


Figura 1 – Rio em área rural

Disponível em: < http://ihaa.com.br/>.Acesso em 20 jun. 2011.


Figura 2 – Rio em área urbana

Disponível em:< http://gaianet.wordpress.com/

2009/06/26/alteraes-climticas-ambientais-e-sanitrias.


a)    Suponha que, na área rural em que se localiza o rio mostrado na figura 1, ocorreram chuvas intensas. Justifique por que o rio, nessa área, apresenta menor predisposição para transbordar. 

b)    Mencione e explique um problema socioambiental provocado pelo transbordamento de rios em áreas urbanas.


Gab:

a)    O rio, na área mostrada na figura 1, apresenta menor predisposição para transbordar porque existe vegetação ao longo do seu curso (mata ciliar), o que possibilita a proteção de suas margens contra os processos erosivos e a proteção do seu leito contra o carreamento ou transporte de materiais (lixo, produtos tóxicos, esgotos, etc.), diminuindo as possibilidades de assoreamento e enchentes. Além disso, observa-se a não impermeabilização do solo no entorno (ou a inexistência de edificações), o que facilita a infiltração das águas das chuvas, diminuindo o escoamento superficial para o leito do rio.

b)   

    Inundação de áreas em que se verifica um baixo grau de permeabilidade em virtude da concentração de asfalto e concreto e da reduzida quantidade de áreas verdes; 

    Inundação de áreas próximas aos rios tendo em vista a dificuldade de escoamento devido ao entupimento de bueiros e galerias pluviais, ocasionados pela grande quantidade de lixo produzido e lançado em locais inadequados; 

    Registro de mortes e/ou perdas materiais (destruição de moradias, danos ao patrimônio público ou privado), que se verificam em função da ocupação desordenada do solo urbano, devido à construção de edificações às margens de rios; 

    Acidentes ou mortes que são ocasionados por inundações nas vias de circulação situadas às margens dos rios; 

    Dificuldade e/ou impedimento da mobilidade urbana em função das inundações em áreas próximas aos rios, que provocam congestionamentos no trânsito; 

    Proliferação de doenças que são decorrentes do contato do homem com água contaminada por lixo, esgotos, entre outros. 


Questão 37) 

  

As unidades de uso sustentável têm como objetivo geral compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcelas de seus recursos naturais. De acordo com suas categorias de manejo, assinale o que for correto.


01.    As reservas extrativistas preservam exemplares da flora brasileira extremamente exploradas no passado e que, atualmente, não se destinam mais à exploração por parte das populações extrativistas tradicionais. As famílias que dependiam da extração do látex na Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, no Acre, por exemplo, foram transladadas para a capital Rio Branco, onde, atualmente, trabalham em hortas comunitárias para manter o seu sustento.

02.    As áreas de proteção ambiental destinam-se a disciplinar o processo de ocupação e a assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais em áreas relativamente extensas do território nacional. Nessa categoria, podem ser destacadas as seguintes áreas de proteção ambiental: Cananeia-Iguape-Peruíbe, em São Paulo; o delta do Paraíba, no Piauí, Maranhão e Ceará; e Fernando de Noronha, arquipélago administrado pelo Estado de Pernambuco.

04.    As reservas de fauna são reservas destinadas exclusivamente à inserção de animais terrestres nativos em seu ecossistema natural. A maioria desses animais são retirados de seu ecossistema natural por caçadores e contrabandistas e, quando recuperados pelos órgãos ambientais competentes, são confinados nessas reservas para readaptação.

08.    As reservas de desenvolvimento sustentável destinam-se a valorizar e a conservar as técnicas de manejo das populações tradicionais e a assegurar as condições para a melhoria da qualidade de vida dessas populações, garantindo-lhes melhores condições de exploração dos recursos naturais. 

16.    As áreas de relevante interesse ecológico destinam-se a manter os ecossistemas naturais em áreas relativamente reduzidas, com pouca ocupação humana, que abriguem exemplares raros da biota regional ou dotadas de características naturais consideradas extraordinárias.


Gab: 24


Questão 38) 

  

Sob uma perspectiva histórica, a incidência de fogo nas matas remonta a mais de 22.000 A.P. (antes do presente). No final da última glaciação, antes da chegada do homem às Américas, o clima era seco e frio, os incêndios só ocorriam por causas naturais, sendo em geral causados por raios. Ao lado da chuva, propiciava-se o manejo natural do material combustível existente (...). A sedentarização do homem no território nacional levou à prática da queimada tipo “coivara” adotada pelos índios. Posteriormente, com a colonização, adotou-se também a prática das queimadas. 

(Adaptado de Plano de Ação para prevenção e controle do desmatamento e das 

queimadas: cerrado. Ministério do Meio Ambiente. Brasília: MMA, 2011, p.56.) 


a)    Quais as diferenças entre a coivara praticada pelo índio e o processo de queimada adotado pelo colonizador? 

b)    Quais os impactos decorrentes da queimada sistemática aos ecossistemas naturais e ao homem?


Gab:

a)    A queimada praticada pelas sociedades indígenas (coivara) e aquela realizada pelos colonizadores do Brasil retratam diferentes modos de relação do homem com o processo de ocupação do espaço. Na sociedade indígena, o processo da coivara, desenvolvido historicamente, em geral ocorria em pequenas áreas e de maneira não sistemática, permitindo a regeneração do ecossistema depois que os índios transferiam sua atividade agrícola para outro local. Já as queimadas realizadas pelos colonizadores ocorriam em grandes áreas e muitas vezes repetidamente, comprometendo o ambiente local e sua recuperação.

b)    Dentre os impactos decorrentes das queimadas sistemáticas em determinadas regiões, podem-se destacar o comprometimento da biodiversidade dos ecossistemas afetados, o aumento do processo de lixiviação e erosão, bem como a diminuição do material orgânico do solo, provocando seu empobrecimento. Já o impacto em relação ao homem se faz sentir no aumento da poluição atmosférica, comprometendo a saúde pública local, e na redução da capacidade de produção agrícola, levando a implicações socioeconômicas negativas.


Questão 39) 

  

Há mais de 40 anos, a Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, conhecida como Código Florestal, estabeleceu no seu Artigo 1º: “As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem”.


Em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em junho de 2011, para saber a opinião do cidadão brasileiro sobre a proposta de mudanças no Código Florestal, 85% dos entrevistados optaram por “priorizar a proteção das florestas e dos rios, mesmo que, em alguns casos, isto prejudique a produção agropecuária”; para 10%, deve-se “priorizar a produção agropecuária mesmo que, em alguns casos, isto prejudique a proteção das florestas e dos rios”; 5% não sabem.


a)    O Artigo 1º da Lei nº 4.771 indica a existência de um conflito, de natureza social, que justifica a necessidade da norma legal. Que conflito é esse? Explique.

b)    Analise os resultados da pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, acima expostos, relacionando-os com o Artigo 1º da Lei nº 4.771.


Gab:

a)    O conflito abordado na questão diz respeito à utilidade das terras revestidas por florestas, que são bens de interesse comum a todos os habitantes do País. Essa análise leva a um conflito, já que, de um lado, temos grupos favoráveis à preservação da vegetação, enquanto, do outro, ficam os ruralistas que pretendem expandir as áreas de cultivo, levando a um maior desmatamento.

b)    Pelo que pode ser observado na pesquisa realizada, a grande maioria da população (85%) é contrária às mudanças na Lei nº 4.771. Dessa forma, presume-se que a maioria da população é favorável à situação atual, defendida por ambientalistas, contrariando os anseios de expansão da agropecuária sobre as terras e margens de rios florestados.


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