Nova York, Toronto, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife
e Salvador vivem a mesma situação: praticamente não têm mais onde depositar o lixo
que seus cidadãos produzem. O aumento de renda ocasionado pelo Plano Real
criou um efeito direto na quantidade de detritos acumulada pelos brasileiros.
As pessoas compraram mais e substituíram artigos a granel por itens
embalados: cresceu 25% a produção de lixo per capita. O problema é que os paulistanos geram quase tanto lixo quanto os
nova-iorquinos, porém os gastos públicos aqui são muito menores. Para armazenar sua lixarada, Nova York
fechou um contrato com algumas cidades vizinhas. Paga 15 bilhões de reais por ano para que outros municípios a ajudem a se livrar do problema. No Brasil, não é exagero dizer que
as pessoas estão patinando em lixo. Quase 30% dos detritos produzidos
nas residências não são coletados — parte se acumula nas ruas e em terrenos vazios; outra
parte é levada pelas águas e acaba em rios e
represas.
A Europa enfrentou o problema há alguns anos. Os cidadãos foram chamados a produzir menos sujeira e tiveram de
pagar mais impostos para que ela fosse recolhida. Por aqui ainda se empurra o
lixo com a barriga. No Brasil, 30% do lixo dos domicílios não é recolhido pela prefeitura e
permanece jogado na rua. A quantidade não coletada em um ano seria
suficiente para fazer uma pilha com a dimensão aproximada
do Pão de Açúcar, no Rio de
Janeiro.
(Extraído de: Veja
Especial', 1»maio
2002, p, 116-117)
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