domingo, 15 de fevereiro de 2015

AS DROGAS DO SERTÃO

A região do vale do rio Amazonas teria passado ao largo dos interesses se a coroa portuguesa não tivesse perdido suas feitorias orientais, fornecedoras de especiarias valorizadas no mercado europeu - a canela, o cravo e gengibre.

As primeiras tentativas de ocupação do vale do Amazonas foram empreendidas por expedições militares, que estabeleceram postos de defesa para impedir a penetração de estrangeiros (ingleses, franceses, holandeses) na região.

Seguiram-se novas expedições para a conquista do território. A descoberta de especiarias, chamadas de “drogas do sertão”, animaram os colonizadores a ocupar o vale do Amazonas.

A imensa rede de rios navegáveis formada pelo Amazonas e seus afluentes transformou-se em verdadeiras "estradas naturais" para a penetração. Utilizando as vias fluviais, os colonizadores imprimiram sua marca por onde passaram, erguendo acampamentos e pequenos povoados ribeirinhos - seguiram as pistas dos primeiros colonizadores, os missionários.

Para colonizar as terras e extrair a riqueza da floresta, era necessário colonizar os indígenas através da espada e do arcabuz; de outro, os que subjugavam os indígenas através da região.

Os primeiros faziam parte das tropas de resgate, colonizadores interessados na escravização dos índios para utilizá-los na coleta de especiarias e nas lavouras em torno dos povoados. Os outros, os missionários, mantinham os indígenas sob o seu controle com a prática da catequese.

A expansão dos missionários foi, sem nenhuma dúvida, de importância especial para a dominação colonial na Amazonas. Jesuítas, franciscanos e carmelitas promoveram expedições, penetrando nas matas e organizando diversas missões.

A expansão dos missionários foi, sem nenhuma dúvida, de importância especial para a dominação colonial na Amazônia. Jesuítas, franciscanos e carmelitas promoveram expedições, penetrando nas matas e organizando diversas missões.

Entretanto, a colonização através da catequese não estava separada dos interesses econômicos. Os indígenas catequizados e reunidos nas missões trabalhavam na lavoura, produzindo alimentos para o sustento das atividades missionárias. Além do trabalho nas lavouras, os indígenas coletavam na floresta a canela, a castanha-do-pará, o cacau, a salsa parrilha e as essências para perfumes. As drogas do sertão eram um negócio lucrativo e enriqueceram as ordens religiosas, especialmente a dos jesuítas.

A força do trabalho do índio foi um elemento fundamental para a expansão da região amazônica. Os índios habitantes nativos povoadores da Amazônia, conheciam a floresta e os cursos dos rios. Sabiam melhor do que ninguém onde encontrar e como alcançar os frutos da terra, tão cobiçados pelos colonizadores religiosos ou leigos.

O ciclo das drogas do sertão nos séculos XVII e XVIII inicia um capítulo dramático e brutal na destruição da Amazônia, em especial da vida indígena, onde a exploração e a destruição das tribos se fez com indisfarçável violência.

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