Mubarak diz que teme caos caso deixe o poder no Egito
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, disse nesta quinta-feira em entrevista à rede ABC que deseja deixar o poder, mas teme o caos que pode ocorrer caso o faça.
O ditador egípcio afirmou "estar cheio de ser presidente" e que gostaria de deixar o poder agora, mas não pode, por temer que o país afunde no caos", informou a repórter da ABC Christiane Amanpour, depois de 20 minutos de entrevista no Cairo.
"Não me importo com o que as pessoas dizem de mim. Agora eu estou preocupado com o meu país, eu me importo com o Egito", disse Mubarak, enquanto violentos protestos contra ele ocorrem nas ruas. "Estou muito triste com (o que aconteceu) ontem. Não quero ver os egípcios lutando entre si", acrescentou.
Nesta quinta-feira, partidários do presidente Mubarak e ativistas da oposição voltaram a se enfrentar de forma violenta no 10º dia de revolta popular contra o atual regime que comanda o país. Militares egípcios deram tiros para o alto para dispersar os manifestantes em um dos acessos à praça Tahrir. Ao menos 10 pessoas morreram e 50 ficaram feridas.
Protestos convulsionam o Egito
Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.
Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.
A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já os Irmãos Muçulmanos disseram que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak.
A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos na capital. Manifestantes pró e contra o governo Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. O número de mortos é incerto, entre seis e dez, e mais de 800 pessoas ficaram feridas. No dia seguinte, o governo disse ter iniciado um diálogo com os partidos. Mas a oposição nega. Na praça Tahrir e arredores, segue a tensão.
Um comentário:
Será que este caos não foi criado por ele? Ora,ora, são 30 anos no poder e não 30 dias, 30 meses,...!
Agora, será que transferindo os poderes ao seu vice- Suleiman, como fez na última quinta-feira, dia 10, não será trocar meia dúzia por seis?
Pois é, agora Mubarak é o presidente "de direito" e Suleiman, presidente "de fato" assumindo toda a autoridade presidencial.Ângelo, o que muda, afinal?
Postar um comentário