O cultivo do café já era conhecido no Brasil desde 1727, quando as primeiras sementes dessa planta nativa da África brotaram em nossa terra.
No “fundo dos quintais” ou nas pequenas lavouras, apareciam os pés de café, destinados ao consumo doméstico. De pequena lavoura o café toma os rumos da agricultura comercial, tornando-se o principal produto de exportação em 1840.
As plantações de café cresceram na província do rio de Janeiro, ocupando o litoral sul (Manrati, Angra dos Reis, Parti) e o litoral norte (Marica, Itanoraí, Magé). Entretanto, seria na Região do Vale do Rio Paraíba do Sul que desabrocharia a produção cafeeira.
Os solos férteis da mata atlântica, a temperatura amena e as chuvas regulares durante o ano fizeram do vale do Paraíba uma região de condições naturais favoráveis ao desenvolvimento do café.
Associado às condições naturais aparecia um elemento fundamental para a produção cafeeira: a crise da mineração deixava um enorme contingente de escravos disponíveis para o trabalho.
Desde o seu início, a lavoura cafeeira teve a disposição tudo o que precisava para expandir-se terras e mão-de-obra.
Conduzi para o litoral, os caminhos precários e o transporte realizado pelos tropeiros eram obstáculos para o escoamento da crescente produção cafeeira. O caminho mais rápido e o transporte mais eficiente foram encontrados com a instalação das estradas de ferro. Vagões carregados de sacos de café chegavam ao porto do Rio de Janeiro, principal elo de ligação entre a região cafeeira e a exportação para a Europa e para os Estados Unidos.
Entre 1830 e 1870, o vale do Paraíba foi a principal região produtora de café e o centro da economia brasileira. Com o auge do café no vale do Paraíba, o Rio de Janeiro tornou-se o principal porto do país.
A lavoura cafeeira seguiu sua expansão, destruindo a floresta tropical em busca de solos férteis, ocupando as terras de pequenos lavradores e das tribos indígenas. O café invadiu o Sul de Minas e parte do Espírito Santo. Conquistando novas áreas e deixando os solos cansados para trás, o café seguiu sua marcha atingindo o Oeste paulista. Para acompanhar a expansão da lavoura cafeeira, chegaram ao Brasil, entre 1840 e 1850, 371.625 escravos Africanos.
Mas se havia disponibilidade de terras, a mão-de-obra começou a se reduzir com a proibição do tráfico negreiro. Para superar a falta de braços nos cafezais, recorreu-se ao mercado interno de escravos. O Nordeste açucareiro tornou-se a nova fonte de mão-de-obra escrava.
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