quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O CAFÉ CRIANDO INFRAESTRUTURA PARA A INDUSTRIA


As estradas de ferro recortaram  imensas áreas do atual Estado de São Paulo,  acompanhando  bem de perto a expansão dos cafezais. Muitas vezes, os trilhos de ferro chegavam as áreas ainda virgens, cobertas da mata. A estrada de ferro, então esperava o café chegar.
Assim, a derrubada das matas e o plantio do café passaram a ser estimulados pela garantia do escoamento da produção.
O porto de Santos ultrapassou em importância o porto do Rio de Janeiro. No Brasil republicano, o império do café fixou-se no Planalto Paulista, e sua capital foi a cidade de São Paulo.
Quando uma área entrava em decadência, uma nova surgia para substituir. Em pouco tempo o estado de São Paulo ficou quase inteiramente coberto por fazendas de café. Em 1900, no território paulista viviam 909.417 imigrantes, correspondendo a um crescimento demográfico de 82% em relação a população do ano de 1887.
Os grandes fazendeiros não se limitavam ao cultivo do café. Compravam a produção dos fazendeiros menores, financiavam equipamentos para as novas lavouras e participavam dos investimentos de implantação das estradas de ferro. Com os lucros acumulados, os grandes proprietários tornaram-se também banqueiros e industriais.
Surgiu uma classe social para dirigir a economia e a vida política do país: os “barões do café”.

A HERANÇA


As lavouras do Vale do Paraíba entraram em decadência em 1970. o sistema intensivo e descuidado de plantio provocou um rápido esgotamento da fertilidade natural do solo. A organização tradicional da fazenda, empregando o trabalho escravo e as técnicas rudimentares de produção e o beneficiamento do café resistiu durante trinta anos, mas acabou perdendo sua posição de destaque para São Paulo, para onde foram dirigidos os investimentos dos grandes banqueiros e do próprio governo.
No sul de Minas Gerais, a rápida expansão do cultivo do café tentou resolver a crise gerada pelo fim da época do ouro. Em 1888, o café respondia por 79% das exportações da província mineira, superando a principal atividade que sobrara do período da mineração: a pecuária.
Nesta região, o limite do solo e o relevo acidentado impediam a continuidade da expansão das fazendas. o sul de Minas não tardou a ter o mesmo destino do Vale do Paraíba.
O café avançou, então, em direção ao oeste paulista, onde as terras virgens e férteis do planalto eram um convite à expansão.
O café continuou a sua marcha, deixando atrás de si solos esgotados e pequenos povoados decadentes. As antigas fazendas do Vale do Paraíba e do sul de Minas, pouco a pouco introduziram a criação de gado. Os solos erodidos por um plantio irracional foram transformados em vastos pastos. A herança deixada pelo café aos fazendeiros era a falência ou a introdução da pecuária; para os escravos libertos e os colonos, a herança foi a lavoura de subsistência e a migração para a cidade e para as novas áreas do café.
No estado de São Paulo, o café se expandia como mancha de óleo. As fazendas cresciam com os cafezais e com as estradas de ferro. Começou a surgir um grande número de povoados: são as cidades do café, estabelecidas nas estações ferroviárias implantadas para escoar a produção da lavoura. No final dos trilhos surgiam as cidades chamadas “bocas do sertão”.
Com a alta dos preços no mercado internacional, a fartura chegava aos fazendeiros; quando os preços caíam, era a vez da falência...  Muitos fazendeiros ficaram endividados. Para cobrir suas dívidas com os bancos e os financistas, os fazendeiros vendiam as suas propriedades. Banqueiros e financistas tornavam-se, então, grandes proprietários de terra.
Outra solução para os fazendeiros arruinados ara o arrendamento da terra. Para manter suas lavouras, os proprietários alugavam as terras aos colonos, que pagavam ao proprietário alugavam as terras aos colonos, que pagavam ao proprietário entregando parte da sua produção. Alguns colonos tornaram-se pequenos proprietários comprando parcelas de terras das fazendas em decadência.
Nas pequenas propriedades começam a desenvolver-se novos cultivos – o milho, o arroz, o feijão e a mandioca. Eram pequenas manchas que brotavam nas terras abandonas pelo café em São Paulo.

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