quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A FORMAÇÃO HISTÓRICO GEOGRÁFICA DO SUL DO BRASIL


O extremo Sul do que viria a ser o território brasileiro foi palco de uma renhida disputa entre Portugal e Espanha. Quando se consolidou o domínio português, com o Tratado de Santo Idelfonso, começou a ocupação mais efetiva com a condição de sesmarias.
   Os paulistas foram os primeiros a chegar, formando grandes propriedades nos campos de Viamão e de Vacaria, onde a pecuária se destacava.
Com o ciclo do ouro nas Minas Gerais apareceu a primeira oportunidade do sul do Brasil se articular com o resto da colônia. O ciclo do ouro desenvolveu-se no interior de Minas, distante, portanto, do porto do Rio de Janeiro.
A solução para o transporte dos foi encontrado na aquisição do gato muar  como animais de carga. O Sul  Brasil se destacou na produção desse gado nos campos de  Viamão. O gado era transportado da campanha gaúcha, atravessando os campos Lajes e Santa Catarina, os campos gerais do uso do índice no Paraná,  passando por Sorocaba em São Paulo, antes de chegar à região do ouro.
Com declínio na mineração, o começo das "bestas de Viamão" deixa de ser atrativo. Entretanto, com a introdução da conservação da carne através da "charqueada" por parte de retirantes cearenses que se dirigiam para o sul com a seca de 1777, novas possibilidades se abriram para a economia do sul do país. A pecuária sulina e reorientada para a criação do gado bovino, que abastecera RJ, SP e até o nordeste açucareiro.
A campanha gaúcha gozava de condições naturais no do melhores que as das cantinas nordestinas e do cerrado de Minas Gerais e Mato Grosso. Os pampas sempre verdes e o relevo suave  eram excelentes pastagens naturais, criando um gado de melhor qualidade.
O sistema de criação, no entanto, pouco deferia socialmente das demais áreas da colônia. A grande propriedade de terras, a estância e a criação e extensiva foram os traços comuns da atividade desde os tempos coloniais até hoje.
Nas estâncias, além do proprietário, o estancieiro, havia os peões. Estes descendiam em grande parte de indígenas.  Nas épocas em que se exigia maior número de trabalhadores, os estancieiros  recorriam a população volante da campanha, os peões.
Como a densidade demográfica pequena na campanha gaúcha, a metrópole portuguesa e estímulo à colonização de povoamento através da imigração de açorianos,  aos quais eram doadas pequenas propriedades de terra. Os açorianos não só povoaram parte do Rio Grande do Sul, mas também se destacaram no cultivo do trigo, que, além de abastecer as principais  cidades brasileiras, chegava a Lisboa. Durante muito tempo a economia do Rio Grande do Sul oscilou  entre a pecuária e a cultura do trigo.
No século XIX, com o Brasil já independente de Portugal, o governo imperial e estimulou a imigração de alemães e italianos. Com o objetivo de fixar a população e garantir a posse da região, permitiu-se a pequenas propriedades familiares. Os alemães preferiram os vales, e os italianos, a região serrana.
Desenvolveu-se uma economia diversificada, que ia  desde a agricultura até o artesanal. Pouco a pouco, os descendentes dos primeiros  imigrantes ocuparam o norte do Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, sempre com base na pequena propriedade familiar. A produção de milho, arroz, feijão, porcos e seus derivados (banha e lingüiça) deu grande destaque a essa região de nova colonização. Na antiga  zona colonial, sobressaíram a produção de vinho entres os italianos (Garibaldi, Caixas do Sul) e a de calçado entre os alemães (Novo Hamburgo).
Só muito recentemente, com a intensa urbanização do país e aumento do mercado consumidor, que se fizeram sentir as pressões sobre os colonos, através dos bancos e indústrias, a exigir uma produção maior. Muitos deles se endividaram e foram, obrigados a vender suas terras e buscar outras regiões, particularmente a Amazônia.
A tendência no Sul do Brasil é o sentido de reaglutinação de terras nas mãos dos grandes produtores, sobretudo os de soja,

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