domingo, 12 de dezembro de 2010

PRODUÇÃO DE CANA DE AÇUCAR


“O ser Senhor de Engenho é título  a que muitos aspiram, porque traz consigo o Ser Servidor, obedecido e respeitado de muitos.” (Antonil)

Para montar engenhos, além das terras para o plantio, era necessário contar com escravos, adquirir bois, cavalos, barcos, ferro, cobre, etc. Em suma, o engenho exigia muitos investimentos, sendo, portanto, uma atividade que não era para qualquer um.
Os colonos que não podiam arcar com os gastos da preparação do açúcar tornavam-se fornecedores de cana aos senhores de engenho. Assim, os senhores de engenho trabalhavam com a cana de suas próprias plantações e com aquela fornecida por colonos de menores posses.
Nos engenhos existiam as áreas de cultivo, divididas em partidos, que eram faixas lineares onde se plantava cana. Em alguns casos os grandes senhores de engenho preferiam alugar os lugares partidos para exploração dos colonos plantadores de cana. Havia ainda o pomar, onde se cultivavam legumes, verduras e frutas para o consumo dos proprietários.
Parte da fazenda era destinada a criação de gado necessário ao transporte da cana dos partidos até a casa do engenho, e do açúcar até o porto de embarque. Os carros de boi foram muito utilizados como meio de transporte, principalmente, quando não havia trechos navegáveis dos rios.
Completando a paisagem geográfica e social, havia a casa grande (moradia dos senhores), a casa do engenho (conjunto de construções destinadas à fabricação do açúcar) e a senzala (onde os escravos viviam amontoados).
Muitas fazendas, com seus engenhos, pomares e criação de gado, eram praticamente auto suficientes. Os escravos faziam quase tudo: plantavam e colhiam a cana, não raramente eram utilizados para mover as moendas, que somente em alguns engenhos eram movidas por bois e cavalos. O corpo suado e as mãos calejadas desses homens e mulheres faziam a riqueza dos senhores de engenho e de açúcar.
A exploração do trabalho escravo permitia aos senhores de engenho contratar homens com algum conhecimento técnico para tarefas especializadas, como os mestres do açúcar, os purgadores e os caldeireiros.
O trabalho dos escravos fornecia a cana e o açúcar, permitia o assalariamento de trabalhadores especializados e, também, a compra de novos escravos para a expansão da lavoura. De fato, a exploração dos escravos fazia do senhor de engenho “Ser Servido, obedecido e respeitado de muitos.”

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