domingo, 12 de dezembro de 2010

A ATIVIDADE PECUARISTA NA FORMAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO


Nem só de açúcar vivia o Nordeste. A pecuária, desde o início, esteve vinculada à lavoura canavieira. Nos engenhos nordestinos o gado era necessário para o transporte de cana no interior das fazendas e a geração da força motriz nas moendas de cana, sem falar do consumo de carne e de couro.
Os donos de engenho costumavam destinar as áreas mais distantes à criação de animais, evitando ocupar terras das plantações.
“Ricos senhores de engenho, como João Fernandes, André Vidal de Negreiros e Duarte Gomes da Silveira, costumavam fundar, nas áreas  mais secas e distantes, fazendas e currais onde soltavam o gado visando abastecer os seus engenhos.” (Manuel Correia de Andrade,  A terra e o homem no Nordeste, Editora Brasiliense, p. 144.).
Criados soltos em parcelas dos imensos latifúndios, os rebanhos se multiplicavam acompanhando às necessidades da lavoura canavieira. Os que não dispunham, de recursos para comprar escravos ou montar engenhos começaram a se interessar pela criação de gado, estabelecendo pastagens nas terras próximas ao litoral não utilizadas para a lavoura da cana. pouco a pouco, passaram a abastecer vilas e alguns engenhos com o seu gado.
Mas o gado exigia cada vez mais pastos e começou a disputar terras com a lavoura canavieira. Ora, essa lavoura era a atividade lucrativa mais importante da colônia no seu início, e a coroa portuguesa não tardou a agir. Em 1701 a metrópole proibiu a prática da pecuária no litoral nordestino. Entre a cana-de-açúcar e o gado, a preferência só podia ser da primeira. Como se vê  decisões políticas acabam definindo o uso e a organização do espaço geográfico (Geopolíticas-Estratégicas).

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