A descoberta de ouro na Colônia não foi obra de apenas alguns aventureiros que desbravaram matas e montanhas de uma vasta região,, até então conhecida apenas pelas tribos indígenas.
A descoberta do “Eldorado” foi um sonho, um desejo de muito tempo, a partir do momento em que aqui chegaram os primeiros colonizadores.
Por anos, expedições de bandeirantes paulistas buscaram o ouro, a prata e os diamantes por territórios desconhecidos. Ao mesmo tempo em que procuravam metais e pedras preciosas, os bandeirantes atacavam as tribos e aprisionavam os indígenas para vendê-los como escravos em Piratininga (núcleo de povoamento que originou a cidade de São Paulo).
Da vila de Piratininga, os indígenas seguiam para as áreas da lavoura canavieira, suprindo a falta de braços provocada pela elevação do preço do escravo negro.
Enquanto o “Eldorado” não era descoberto, o comércio de índios escravizados era um “negócio” bastante lucrativo...
A partir de meados do século XVII, o açúcar, principal produto da Colônia, começou a perder seu lugar de destaque no comércio europeu. Seus preços caíram com a forte concorrência da produção açucareira das Antilhas.
O declínio da lavoura canavieira nas terras do Brasil marcaria também o declínio da própria metrópole, que se beneficiava com a comercialização da produção colonial.
Mas, o Brasil era a principal colônia sob o domínio da Coroa Portuguesa e tinha que encontrar novas atividades lucrativas.
Os fracos resultados obtidos pelos bandeirantes na busca de metais e pedras preciosas deveriam ser estimulados. Afinal, a produção mineral da vizinha América Espanhola era rica e fizera o enriquecimento do Estado Espanhol. O metal amarelo reluzente era a saída para a crise econômica em que mergulhara a Colônia lusitana.
A retomada da procura de minerais valorizados pela economia dos povos europeus ganhou estímulo do próprio rei de Portugal (na época D. João IV) que contou inicialmente com a ajuda dos que haviam enriquecido com a caça e escravização dos índios.
O comércio de escravos indígenas perdeu sua atração com o declínio da lavoura canavieira. Assim, os bandeirantes paulistas tornaram-se disponíveis para a empreitada da procura de ouro, servindo aos interesses da Metrópole e as suas próprias ambições. Para os paulistas encerrava-se o “ciclo da caça aos índios” e iniciava-se um novo ciclo – o “ciclo da caça ao ouro”.
A busca do ouro conduziu à exploração do litoral sul da Colônia (Paraná e Santa Catarina) e a fundação de núcleos de povoamento (vilas de Paranaguá e São Francisco do Sul, Nossa Senhora do Desterro – hoje Florianópolis – e Laguna). Entretanto, nada se comparou ao “Eldorado” encontrado no interior, onde atualmente se configuram os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
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