As principais atividades econômicas do Sertão são a pecuária e a agricultura do algodão.
Desde o início da implantação da agroindústria da cana-de-açúcar na Zona da Mata, a criação de gado se tornou uma atividade importante para o engenho. Por quê?
Porque o gado, seja bovino ou eqüino, servia como meio de transporte e como força motriz para o trabalho de moagem da cana. Além disso, o gado bovino destinava-se ao fornecimento de carne e leite para a população do engenho e o couro era utilizado para diversas finalidades.
Inicialmente, a criação de gado desenvolveu-se no litoral e nas áreas de agricultura da cana. Mas, com o grande aumento do rebanho, chegou um certo momento em que, devido às constantes invasões do gado nos canaviais para comer as mudas ou a própria cana, tornou-se impossível manter a criação no litoral ou na mesma área de cultivo da cana. Foi quando então, em 1701, o próprio governo português, muito interessado no desenvolvimento da agroindústria da cana-de-açúcar, pois esta lhe fornecia bons lucros, adotou uma medida para tentar resolver a situação. Proibiu a criação de gado nas áreas de agricultura da cana na Zona da Mata. Com isso, a criação de gado deslocou-se para o Agreste.
Posteriormente, com a expansão e o desenvolvimento da policultura no Agreste, a criação de gado deslocou-se ainda mais para o interior do Nordeste, atingindo o Sertão e o vale do Rio São Francisco. Foi a criação de gado, ao lado da mineração, a responsável pelo povoamento do interior do Brasil.
A expansão da criação de gado para o interior do Nordeste se deu a partir de três lugares:
Olinda e Recife, em Pernambuco, e Salvador, na Bahia.
O vale do Rio São Francisco foi a região que ofereceu as melhores condições naturais para a expansão do gado. A criação de gado desenvolveu-se aí de tal maneira que o Rio São Francisco passou a ser chamado de "rio dos currais.
Hoje, as áreas de criação de gado bovino no Nordeste continuam as mesmas do passado. No Sertão se desenvolve principalmente a pecuária de corte, ou seja, a criação de gado que se destina a abastecer de carne a população. No Agreste e na Zona da Mata, a pecuária que se realiza é principalmente a pecuária leiteira, destinada a abastecer de leite e seus derivados (queijo, manteiga etc.) a população.
Quanto à qualidade das raças (isto é, quanto ao aspecto tecnológico), a pecuária nordestina encontra-se mais atrasada, se for comparada à do Centro-Sul.
A atual participação do Nordeste no rebanho de gado bovino do Brasil é de 18 %, ou seja, de cada 100 cabeças de gado bovino, 18 encontram-se na Região Nordeste. Com relação a outros tipos de rebanho.
A agricultura do algodão é realizada no Sertão do Nordeste desde o período colonial. Desenvolveu-se junto com a criação de gado e com a agricultura de subsistência, nas grandes propriedades rurais.
Como já estudamos, os trabalhadores rurais que trabalhavam nos algodoais eram meeiros, isto é, pagavam o proprietário pelo uso da terra com a metade da produção ou com a terça parte (terça). Esse sistema de parceria entre o proprietário da terra e o trabalhador rural é mantido ainda hoje no Nordeste.
As grandes áreas de lavoura de algodão do Sertão localizam-se no semi-árido do Ceará e do Rio Grande do Norte. Aí é produzido um algodão de fibra longa e resistente (nas variedades denominadas mocó e seridó), muito procurado pela indústria de tecidos. Esses dois estados lideram a produção de algodão do Sertão nordestino.
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