Você já sabe que, no período colonial, o Agreste era uma zona de policultura (cultura de vários produtos) e de criação de gado. E, desde o início de sua ocupação pelos europeus, o Agreste assumiu, dentro da divisão territorial da produção, a função de fornecedor de gêneros de subsistência (alimentos) para a Zona da Mata.
Ainda hoje, o Agreste mantém essa função. Continua sendo uma zona de policultura, onde se destaca a produção de milho, arroz, feijão, mandioca, algodão, café, frutas tropicais, como a laranja, e o agave (planta da qual se extrai o sisal, que é uma fibra vegetal utilizada na fabricação de cordas, bolsas, tapetes, sacos etc.). Continua sendo também uma zona de criação de gado, que abastece de leite e derivados (manteiga, queijo etc.) as cidades da Zona da Mata.
Quanto ao tamanho (dimensão) das propriedades rurais (estrutura fundiária), no Agreste predominam hoje as pequenas e médias propriedades rurais e os minifúndios.
Essas pequenas propriedades e minifúndios resultam das várias divisões que os latifúndios foram sofrendo no decorrer do tempo, principalmente por causa de heranças, ou seja, morrendo o pai, os filhos podiam continuar juntos trabalhando a terra ou dividi-Ia em partes, cabendo a cada filho uma parte. A segunda forma ocorreu mais comumente, produzindo no Agreste essa estrutura fundiária de minifúndios, ao lado de pequenas e médias propriedades rurais.
Além de abastecer a Zona da Mata com gêneros alimentício· agrícolas, leite e derivados, o Agreste lhe fornece também mão-de-obra.
Quando chega a época do corte de cana-de-açúcar (período de safra na Zona da Mata, muitos trabalhadores do Agreste deixam seus minifúndios e para lá se dirigem, empregando-se como trabalhadores temporários, diaristas ou bóias frias nas usinas de cana-de-açúcar. Nos minifúndios ficam a esposa e os filhos menores de idade, cuidando da escassa produção.
Se a dimensão da propriedade fosse suficiente para assegurar a subsistência e um certo progresso social e econômico ao minifundiário e à sua família, provavelmente ele não migraria para a Zona da Mata; ficaria trabalhando na sua propriedade.
No Agreste encontram-se algumas cidades importantes: Campina Grande, no estado da Paraíba; Caruaru e Garanhuns, no estado de Pernambuco; e Feira de Santana, no estado da Bahia.
Nessas cidades, a vida comercial é mais ativa, com um setor de serviços mais desenvolvido (escolas, faculdades, hospitais, linhas de ônibus estaduais e interestaduais, aeroporto etc.) do que em outras cidades. São verdadeiros centros regionais, atraindo migrantes de vários lugares, principalmente do Sertão.
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