domingo, 13 de junho de 2010

O BRASIL E O "ARQUPÉLAGO ECONÔMICO"


Até por volta de 1950, o Brasil não possuía um mercado nacional consolidado, tampouco um espaço geográfico de fato integrado. Na realidade, o país mais se assemelhava a um "arquipélago", com a existência de verdadeiras "ilhas" de economia agroexportadora. Tratava-se de regiões voltadas para o mercado externo, para onde forneciam produtos primários e de onde adquiriam parte considerável dos bens de consumo de que necessitavam.
Nesse sentido podemos dizer que o país não havia formado um mercado interno. Mesrno porque o sistema de transportes não contribuía para uma integração plena do território nacional; ao contrário, as poucas rodovias e ferrovias desempenhavam o papel de unir as regiões fornecedoras de produtos primários aos portos exportadores. Somente com a industrialização do país e, principalmente, a partir do ingresso das montadoras de automóveis, notou-se o fortalecimento do mercado interno. A partir de então, o sistema de transporte implantado pelo governo brasileiro passou a convergir para as áreas mais industrializadas, no caso, São PauIo e Rio de Janeiro. Ficavam, assim, assegurados o acesso das matérias-primas reclamadas pelas indústrias e, particularmente, a distribuição dos produtos por elas fabricados por quase todo o território brasileiro.

A grande concentração da atividade industrial no Sudeste agravou os desequilíbrios regionais, ao mesmo tempo que as novas rodovias facilitavam o acesso de milhares de pessoas ao centro econômico do país. Boa parte destes migrantes era formada de nordestinos e foi, durante muito tempo, urn verdadeiro "exército de reserva" de mão-de-obra barata.
O forte afluxo de pessoas fez crescer aceleradamente as duas metrópoles nacionais* (São Paulo e Rio de laneiro), que tinham de administrar a expansão desordenada de favelas, o aumento da violência, os problemas de trânsito, as questões ambientais, entre muitas outras dificuldades.

São Paulo, à noite

Se, por um lado, o crescimento industrial promoveu uma série de transformações no campo e na cidade, como o êxodo rural e o inchaço urbano, por outro, trouxe um desenvolvimento econômico considerável. No final dos anos 60 e início dos anos 70, a economia brasileira cresceu, em média, 8% por ano. Foi o período do "milagre brasileiro", caracterizado pela forte presença das empresas multinacionais. Para se ter uma ideia, as indústrias de capital estrangeiro erarn, em 1978, responsáveis por 44% da produção industrial brasileira, exercendo um grande controle dos mercados de pneumáticos, veículos automotores, cigarros e outros.
Contudo, os anos 80 representaram a "década perdida" para a economia nacional. O elevado endividamento externo, superior a US$ 100 bilhões, agravado pela alta dos juros, freou o crescimento econômico. Esta crise ern que o país mergulhou estendeu-se ao setor público. Com isso os investimentos de iniciativa do Estado praticamente desapareceram. Somente a partir dos anos 90 a economia brasileira se "abre" e o Brasil retoma o seu crescimento.

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