segunda-feira, 19 de abril de 2010

URBANIZAÇÃO: FENÔMENO RECENTE


FATORES E INTENSIDADE DA URBANIZAÇÃO

No início do século XIX, cerca de 8% da população mundial moravam ern cidades. Cem anos depois, esse percentual tinha praticamente dobrado, atingindo a marca de 15%. Atualmente, a população urbana é aproximadamente 55% do total mundial. Daqui para o futuro, esse índice continuará subindo nos países subdesenvolvidos, elevando a média mundial. Nos países desenvolvidos, e em algumas nações emergentes, a tendência é de a população urbana estabilizar-se.
Até meados do século XX, a urbanização era um fenômeno relativamente lento e circunscrito aos países que primeiro se industrializaram. Após a Segunda Guerra Mundial, em muitos países subdesenvolvidos, principalmente na América Latina, na Ásia e em parte da África, a urbanização ocorreu de forma acelerada.
Observe os gráficos a seguir e procure identificar a que países pertencem as maiores aglomerações urbanas do mundo e quais localizam-se em países desenvolvidos.


Nos países subdesenvolvidos, a urbanização esteve associada a períodos de crescimento vegetativo muito elevado, o que ainda se verifica em regiões mais pobres. Em virtude da escassez de recursos, o aumento da população urbana ocorreu em ritmo muito mais acelerado do que a capacidade de investimentos em serviços sociais e de infra-estrutura urbana, como moradia, escolas, hospitais, lazer, redes de saneamento básico, coleta de lixo, iluminação, transportes coletivos, etc.
Nos países subdesenvolvidos, o processo de urbanização esteve quase sempre associado a um modelo econômico excludente. A concentração de terras e a precariedade das condições de vida no campo levam grandes parcelas da população rural a migrar para as cidades, que crescem desordenadamente. Na paisagem urbana desses países, são comuns as submoradias (favelas, cortiços, etc.), a falta de saneamento básico, as ruas sem pavimentação e outras cenas que denotam más condições de vida.
Há países que apresentam altas taxas de urbanização e outros que ainda são essencialmente rurais. Observe as tabelas a seguir:



TAXAS DE URBANIZAÇÃO

PAÍSES DESENVOLVIDOS
PAÍSES RECENTEMENTE INDUSTRIALIZADOS

Pais
1960
1998
2015*
País
1960
1998
2015*

Bélgica
92
97
98
Cingapura
100
100
100

Retro Unido
86
39
91
Hong Kong
85
95
97

Alemanha
76
87
90
Argentina
74
89
92

Austrália
81
85
86
Coreia do Sul
28
84
92

Japão
63
78
82
Brasil
45
80
87

Estados Unidos
70
77
81
México
51
74
78

Canadá
69
77
80
Malásia
27
56
56

França
62
75
79
China
19
33
46


Filipinas
30
57
68
Kuwait
72
97
98

Paraguai
36
55
65
Bahamas
74
38
91

Nigéria
14
42
55
Venezuela
67
87
90

Moçambique
4
38
51
Líbia
23
87
90

Bangladesh
5
20
31
Arábia Saudita
30
85
90

Etiópia
6
17
26
Uruguai
80
84
87

Nepal
3
11
18
Cuba
55
77
83

Ruanda
2
6
9
Peru
46
72
78
RELATÓRIO do desenvolvimento humano 1995, Nova York: Pnud, Lisboa: Tricontinental. 1995./RELATORIO do desenvolvimento humano 2000. Nova York: Pnud, Lisboa: Tricontinental, 2000.*Estimativas.


Todos os países desenvolvidos, bem como a maioria das nações de industrialização recente, apresentam altas taxas de urbanização. As exceções são a China e a Índia, os dois países mais populosos do planeta, cuja industrialização é recente, mas apresentam baixas taxas de urbanização.
Há países que possuem índices muito baixos de industrialização e outros que praticamente não dispõem de um parque industrial e, mesmo assim, são fortemente urbanizados. É o caso do Uruguai, onde a criação de gado e a agricultura, bastante mecanizadas, ocupam pouca mão-de-obra, e a maioria da população está empregada no setor de serviços.
Há dois conjuntos básicos de fatores que condicionam a urbanização, ou seja, a transferência de população, ao longo da história, do campo para a cidade: os atrativos, que chamam migrantes para as cidades:
e os repulsivos, que os levam a sair do campo.

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