1- Introdução
O número parece imaginável, mais de 6 bilhões de habitantes vivem sob a superfície
terrestre e no dia 12 de outubro de 1999, nasceu o habitante que selou essa contagem (na cidade
de Sarajevo, capital da Bósnia Herzegovina). Evidentemente de lá pra cá a população mundial
tem crescido. A partir da análise do comportamento da população (evolução do crescimento e
mobilidade por exemplo), poderemos conhecer um pouco mais sobre a geografia da população
mundial e responder a alguns questionamentos freqüentes, como: onde a população tende a
crescer mais? Por que a população cresce? O crescimento populacional é o mesmo em todas as
partes do mundo? Estas e outras questões serão respondidas a partir de seus estudos dentro da
geografia da população.
2 - Elementos da dinâmica demográfica
A dinâmica demográfica é composta por elementos que, dentro de um contexto, nos dão
condições de compreender melhor o comportamento da população, são eles:
2.1- Natalidade: número de nascidos vivos registrados em um ano por mil habitantes. É portanto
a relação entre os nascimentos e a população total.
2.2- Mortalidade: número de óbitos registrados em um ano por mil habitantes. É calculada a
partir da relação entre óbitos anuais, multiplicados por mil, e a população total.
2.3- Crescimento vegetativo: diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
2.4- Migrações: é qualquer tipo de mobilidade populacional. Quando o movimento é de entrada
de migrantes o denominamos de imigração. Quando o movimento é de saída de migrantes
o denominamos de emigração.
2.5- Política demográfica: é qualquer tipo de ação do Estado seja para estimular, seja para
desestimular o crescimento populacional.
2.6- População absoluta: é o número total de habitantes de uma cidade, região ou país.
2.7- População relativa: é o número obtido a partir da divisão do número total de pessoas pela
área onde estão residindo. Essa operação vai revelar a densidade demográfica de uma
determinada área, ou seja, o número de habitantes por km2.
2.8- Taxa de fecundidade: número médio de filhos por mulher em idade de procriar, que, por
convenção, tem entre 15 e 49 anos.
2.9- Taxa de mortalidade infantil: relação entre o número de óbitos de crianças com menos de
um ano, multiplicado por mil, e o número de crianças nascidas vivas durante o ano civil.
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3- Histórico do crescimento populacional
no mundo
A evolução da população mundial
Até o início da era cristã, estima-se que a população
mundial era de aproximadamente 250 milhões de habitantes.
Quase quinze séculos depois (1750) ela apenas dobrou, alcançando
550 milhões, O crescimento populacional acelerou-
se após o advento da modernização das sociedades. Já
em 1850, a população mundial chegou a 1,1 bilhão de pessoas.
Atingiu 2,5 bilhões um século depois e 3 bilhões em 1965.
Na década de 1990, elevou-se para 5,48 bilhões. Estimativas
da Conferência da ONU sobre População e Desenvolvimento,
realizada no Cairo (Egito), em agosto de 1994, apontam
que a população do planeta pode superar os 7 bilhões nas
primeiras décadas do século XXI, crescendo cerca de 90 milhões
de pessoas ao ano.
O que fica evidente a partir da evolução histórica do
crescimento vegetativo observado acima é que esse crescimento
populacional num primeiro momento foi lento e depois
passou por uma aceleração. Assim do início da Era Cristã
até o início da Revolução Industrial o crescimento populacional
apresentou-se de forma lenta, isso em decorrência dos
elevados índice de natalidade e de mortalidade. Já a partir da
Revolução Industrial começou um processo de aceleração
desse crescimento vegetativo, pois o processo de urbanização
juntamente com a evolução da medicina possibilitaram
uma redução dos índices de mortalidade provocando uma
aceleração do crescimento demográfico. Esse incremento populacional
sem precedentes na história da humanidade foi o
resultado do aumento das taxas de natalidade nas principais
regiões industrializadas do continente, e principalmente da
queda generalizada das taxas de mortalidade. Até as últimas
décadas do século XIX, as taxas de natalidade se mantiveram
bastante altas entre as populações urbanas. Nas primeiras
fábricas era comum o emprego de crianças bem pequenas
( a partir de sete anos de idade) e uma quantidade maior de
filhos poderia significar um acréscimo significativo na renda
familiar. Nesse mesmo período as taxas de mortalidade despencaram
na maioria dos países europeus. Em muitos lugares
a fome e a escassez, comuns durante a Idade Média,
foram praticamente eliminadas após a Revolução Agrícola. A
melhoria da alimentação figura entre os fatores que mais contribuíram
para a diminuição das taxas de mortalidade. Nas
cidades a implantação de redes de serviço de saúde (abastecimento
de água e tratamento de esgoto) melhorava as condições
sanitárias, limitando a proliferação de epidemias.
Os avanços no campo da medicina também tiveram
um papel muito importante no recuo das taxas de mortalidade
devido ao desenvolvimento de vacinas e antibióticos.
Nas últimas décadas do século XIX, as taxas de natalidade
começaram a declinar na maioria das regiões européias
indicando o início de um processo de estabilização
demográfica que iria se completar no século XX. Os elementos
responsáveis por essa desaceleração do crescimento
demográfico foram os seguintes:
a) O desenvolvimento tecnológico passou a exigir do trabalhador
uma maior especialização, o que levou a uma
organização sindical maior que exigia o estabelecimento
de leis que restringiam o trabalho infantil
b) O crescimento econômico e o aumento da renda familiar
média nos países desenvolvidos foram outros fatores
importantes para o recuo das taxas de natalidade, pois
com um número menor de filhos ficava mais fácil manter
um padrão de vida que permiti às famílias educar, vestir
e proporcionar alternativas de lazer para os seus membros.
Na realidade a urbanização provocou a elevação
do custo de formação do indivíduo.
c) A maior inserção da mulher no mercado de trabalho,
pois a cada nascimento as mães interrompiam (ainda
que temporariamente) as suas atividades profissionais,
por conta disso, as mulheres passaram a ter menos filhos
buscando em primeiro lugar a sua formação e estabilidade
socioeconômica.
4- A explosão demográfica
Depois da Segunda Guerra Mundial, as taxas de mortalidade
começaram a cair nos países subdesenvolvidos devido
a difusão de novos medicamentos, a vacinação em massa, o
controle crescente sobre as epidemias (difteria, tifo e malária,
principalmente) – enfim, a revolução médico-sanitária – chegavam
com décadas de atraso. As multinacionais do setor
farmacêutico descobriram seu paraíso nos países pobres.
A queda da mortalidade provocou um novo surto de
crescimento demográfico no planeta, numericamente bastante
superior àquele do século XIX, pois partiu de uma base muito
maior. A idéia de explosão demográfica sugere algo como
um "bomba populacional", uma explosão incontrolável
e maléfica ao bem estar dos povos.
É como se houvesse uma situação incontrolável
de excesso de gente, que exigiria
medidas drásticas para ser corrigida. Por isso,
os defensores da idéia de explosão demográfica
são, em geral, favoráveis a medidas de
controle da natalidade. Essa idéia de explosão
demográfica não tem grande aceitação,
pois o crescimento demográfico não ocorreu
por acaso, como algo prejudicial, mas é na
verdade fruto das transformações econômicas
e sociais pelas quais a sociedade passa,
ocorrendo após esse período uma estabilização
do crescimento populacional.
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5- A transição demográfica
A transição
demográfica é a teoria
mais aceita cientificamente
para explicar
o comportamento
populacional,
pois já está comprovado
que após um
período que durou
várias décadas – de
enorme crescimento
demográfico estamos
agora atingindo
uma fase de estabilização,
de diminuição
progressiva nas taxas de crescimento vegetativo.
Essa estabilização já foi atingida nos países desenvolvidos e
mesmo em alguns países do Sul (Argentina, Uruguai,
Chile,Coréia do Sul, etc.) e deve também ocorrer, com o tempo,
nas demais nações do mundo subdesenvolvido. Em alguns
Estados do Sul, pode-se mesmo afirmar que essa fase
de estabilização já está relativamente próxima (Brasil, China,
Sri Lanka, Tailândia); em outros ela está distante, mas deverá
ocorrer no máximo até o ano 2025 (Afeganistão, Nigéria, Uganda,
Tanzânia, Costa do Marfim, Camarões, etc.)
A idéia de transição demográfica, dessa forma, é mais
aceitável que a de explosão demográfica. Essa transição, no
entanto, não é igual em toda parte: ocorreu antes nos países
líderes da Revolução Industrial, onde praticamente já atingiu
seu limite, e prossegue hoje, com diferença de ritmo conforme
a nação, nos países subdesenvolvidos. Calcula-se até
mesmo que, no ano de 2050, os índices de natalidade e mortalidade
serão equivalentes e, conseqüentemente, a população
mundial terá crescimento zero.
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6- As teorias demográficas
6.1-Teoria de Malthus
Em 1798, Malthus publicou
uma teoria demográfica que apresenta
basicamente dois postulados:
a) A população, se não ocorrerem
guerras, epidemias, desastres naturais, etc., tenderia a
duplicar a cada 25 anos. Ela cresceria portanto, em progressão
geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria um
fator variável, ou seja, cresceria sem parar.
b) O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas
em progressão aritmética (2, 3, 4, 5, 6,...) e possuiria
um limite de produção, por depender de um fator fixo: o
próprio limite territorial dos continentes.
Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu
que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado
que o ritmo de crescimento da produção alimentar (PG
x PA). Previa ainda que um dia estariam esgotadas as possibilidades
de aumento da área cultivada, pois todos os continentes
estariam plenamente ocupados pela agropecuária e a
população do planeta continuaria crescendo. A conseqüência
seria a fome, a falta de alimentos para abastecer as necessidades
de consumo do planeta. Para evitar esse flagelo,
Malthus, um pastor da igreja anglicana contrário aos métodos
anticoncepcionais, propunha a sujeição moral, ou seja,
que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis
para poder alimentá-los.
Crítica à teoria malthusiana
Hoje, sabe-se que suas previsões não se concretizaram:
a população do planeta não duplicou a cada 25 anos e a
produção de alimentos cresceu no mesmo ritmo do desenvolvimento
tecnológico. Mesmo que se considere uma área
fixa de cultivo, a produção (quantidade produzida) aumenta,
já que a produtividade (quantidade produzida por área – toneladas
de arroz por hectare, por exemplo) também vem aumentando
sem parar.
Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente.
Os erros de previsão estão ligados principalmente
às limitações da época para a coleta de dados, já que Malthus
tirou suas conclusões a partir da observação do comportamento
demográfico em uma região limitada, com população
predominantemente rural, e as considerou válidas para
todo o planeta no transcorrer da história. Não previu os efeitos
decorrentes da urbanização na evolução demográfica e
do progresso tecnológico aplicado à agricultura.
Desde que Malthus apresentou sua teoria, são comuns
os discursos que relacionam de forma simplista a ocorrência
da fome no planeta ao crescimento populacional. A fome que
castiga mais da metade da população mundial é resultado da
má distribuição, e não da carência de alimentos. A atual produção
agropecuária mundial é suficiente para alimentar cerca de
9 bilhões de pessoas, enquanto a população do planeta ainda
não atingiu a cifra de 6 bilhões. A fome existe por que as pessoas
não possuem o dinheiro necessário para suprir sua necessidades
básicas, fato facilmente observável no Brasil: apesar do
enorme volume de alimentos exportados, as prateleiras dos
supermercados estão sempre lotadas e a panela de muitos
operários e bóias-frias, sempre vazia.
6.2-Teoria neo malthusiana
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, foi realizada
uma conferência de paz em 1945, em São Francisco, que deu
origem à Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião,
foram discutidas estratégias de desenvolvimento, visando
evitar a eclosão de um novo conflito militar em escala
mundial. Havia apenas um ponto de consenso entre os participantes:
a paz depende da harmonia entre os povos e, portanto,
da diminuição das desigualdades econômicas no planeta.
Agora, como explicar e, a partir daí, enfrentar a questão
da miséria nos países subdesenvolvidos?
Esses países buscaram a raiz de seus problemas na
colonização do tipo exploração implantada em seus territórios
e nas condições de desigualdade das relações comerciais
que caracterizaram o colonialismo e o imperialismo. Passaram
a propor amplas reformas nas relações econômicas, em escala
planetária, que, é óbvio, diminuiriam as vantagens comerciais
e, portanto, o fluxo de capitais e a evasão de divisas dos
países subdesenvolvidos em direção ao caixa dos países desenvolvidos.
Nesse contexto histórico, foi criada a teoria demográfica
neomalthusiana, uma tentativa de explicar a ocorrência
da fome nos países subdesenvolvidos. Ela é defendida pelos
países desenvolvidos e pelas elites dos países subdesenvolvidos,
para se esquivarem das questões econômicas.
Segundo essa teoria, uma população jovem numerosa,
resultante das elevadas taxas de natalidade verificadas
em quase todos os países subdesenvolvidos, necessita de
grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com
isso, diminuem os investimentos produtivos nos setores
agrícola e industrial, o que impede o pleno desenvolvimento
das atividades econômicas e, portanto, da melhoria das condições
de vida da população. Ainda segundo os neomalthusianos,
quanto maior o número de habitantes de um país,
menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser
distribuído pelos agentes econômicos. Verifica-se que essa
teoria, embora com postulados totalmente diferentes daqueles
utilizados por Malthus, chega a mesma conclusão: o crescimento
populacional é o responsável pela ocorrência da miséria.
Ela passa, então a propor programas e controle da natalidade
nos países subdesenvolvidos e a disseminação da
utilização de métodos anticoncepcionais. É uma tentativa
enfrentar problemas socioeconômicos exclusivamente a partir
de posições contrárias à natalidade, de acobertar os efeitos
devastadores dos baixos salários e das péssimas condições
de vida que vigoram nos países subdesenvolvidos a
partir de uma argumentação demográfica. Dizer que os países
subdesenvolvidos desviaram dinheiro do setor produtivo
para os investimentos sociais é, no mínimo, hipocrisia.
6.3-Teoria reformista
Em resposta aos neomalthusianos, foi elaborada a
teoria reformista, que inverte a conclusão das duas teorias
demográficas anteriores.
Uma população jovem numerosa, em virtude de elevadas
taxas de natalidade, não é causa, mas conseqüência
do subdesenvolvimento. Em países desenvolvidos, onde o
padrão de vida da população é elevado, o controle da natalidade
ocorreu paralelamente à melhoria da qualidade de vida
da população e espontaneamente, de uma geração para outra.
Uma população jovem numerosa só se tornou empecilho
Malthus
7- A estrutura etária da população mundial
A estrutura etária da população é comumente retratada
por meio de gráficos em forma de pirâmides. A forma da
pirâmide etária de um país é constantemente associada ao
seu grau de desenvolvimento.
7.1- Pirâmide etária em países subdesenvolvidos pobres
(situação: em explosão demográfica)
• Base larga: resultado de altas taxas de natalidade
• Topo estreito: conseqüência da baixa expectativa de vida
da população.
Esses países apresentam elevado crescimento vegetativo
em virtude da recente queda nas taxas de mortalidade
(não acompanhada de uma redução das taxas de natalidade).
Esse diminuição das mortalidade está associada a melhoria
relativa das condições médico-sanitárias, sobre tudo após a
descolonização afro-asiática. A permanência das taxas de natalidade
estão associadas à extrema condição de pobreza da
estrutura econômica (no campo, mais filhos para trabalharem
nas lavouras) e características culturais (por exemplo a poligamia
em nações de cultura oriental na África e Ásia).
7.2- Pirâmide etária em países subdesenvolvidos industrializados
(situação: em transição demográfica)
• Apresenta um processo de redução da base da pirâmide
em decorrência da redução dos índices de natalidade.
• Apresenta um alargamento do centro da pirâmide (população
adulta) em decorrência da combinação da redução da
natalidade com a melhoria da qualidade de vida.
• Essa realidade significa o indício de que o crescimento
populacional desses países deverá atingir nas próximas
décadas o mesmo patamar dos países desenvolvidos. Entretanto,
a queda no crescimento demográfico, diferentemente
dos países ricos, não é acompanhada de uma melhoria das
condições de vida da população mais pobre.
7.3- Pirâmide etária em países desenvolvidos industrializados
(situação: em estabilidade demográfica)
• Estreitamento da base da pirâmide em decorrência da estabilização
da taxas de natalidade.
• O centro da pirâmide e mais largo devido o predomínio da
população adulta.
• O topo da pirâmide é elevado pois esses países apresen7
tam um grande número
de idosos, isso em
decorrência das melhores
condições de
vida e conseqüentemente
aumento da expectativa
de vida. Em
decorrência da diminuição
do número de
jovens e aumento
dos idosos, esses países
apresentam alguns
problemas como:
escassez de mão-deobra
(as pessoas em
idade produtiva são os
jovens) e aumento dos
gastos com a previdência
social.
8- A estrutura econômico-produtiva
e sexual da sociedade
A População Economicamente Ativa (PEA) de um país
corresponde ao seu contingente populacional (pessoas entre
dez e sessenta anos nos países subdesenvolvidos e entre
quinze e sessenta anos nos países desenvolvidos) voltado
para o mercado de trabalho, ou seja, que esteja trabalhando
ou procurando emprego.
A População Economicamente Inativa (PEI) de um
país, portanto, refere-se àquelas pessoas que não estão trabalhando
nem procurando emprego, como as crianças com
menos de dez anos de idade, estudantes, aposentados e donas
de casa.
Nos países desenvolvidos a PEA é mais elevada, em
termos relativos, do que a dos subdesenvolvidos. Entre outros
fatores, isso ocorre pelo fato de o número de crianças
ser menor e por apresentarem uma economia bem mais poderosa
do que a dos países subdesenvolvidos.
8.1- Distribuição da PEA nos diferentes setores da atividade:
Uma das formas de se observar o grau de desenvolvimento
econômico de um país é por meio da análise da distribuição
da sua PEA por setores de atividades, que costuma
ser dividida em três setores produtivos:
a) Primário: setor que agrupa as atividades agropecuárias,
extrativismo vegetal, animal e mineral quando desenvolvida
na forma de garimpo, pesca etc.
b) Secundário: setor que reúne
os diversos ramos industriais,
construção civil e de exploração
mineral, quando mecanizada
e caracterizada pela ocorrência
de qualquer tipo de beneficiamento
no local de extração.
Nos países desenvolvidos esses
setor concentra em média
30% da PEA.
c) Terciário: setor que reúne as
atividades comerciais e a prestação
de serviços: educação, comunicações,
saúde, bancos, administração
pública etc. Os países
desenvolvidos, neste setor
refletem um estágio de desenvolvimento
econômico (grande importância
das atividades financeiras
e comerciais e da prestação
de serviços públicos e pessoais).
Nos países pobres esse
setor está hipertrofiado.
Uma grande concentração
da PEA no setor primário,
como ocorre em grande parte do
mundo subdesenvolvido, indica
que a economia do país apresenta
forte vinculação com o
setor agrário e também que esse
setor se encontra pouco mecanizado.
Em contra-partida, uma
grande concentração nos setores
secundário e terciário, como
acontece no mundo desenvol-
Idosos norte-americanos em aula de
hidroginástica. Em países onde a
porcentagem de idosos está aumentando,
como é o caso do Brasil, os programas
de esportes, cultura e entretenimento
voltado para os mais velhos também são
cada vez mais necessários.
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9- A participação da mulher no mercado
de trabalho
Apesar das conquistas femininas no final do século
XX, elas são restritas a determinados países e classes sociais.
Mesmo nos países desenvolvidos, onde a discriminação
é menos acentuada, ainda é evidente o preconceito em
relação à mulher na sociedade e, particularmente, no mercado
de trabalho.
Em todos os países, as mulheres tem menos tempo de
escolaridade, participam menos do mercado de trabalho e
geralmente recebem salários inferiores aos dos homens com
a mesma capacitação profissional. Essa realidade agrava-se
nos países mais pobres e nas classes sociais de menor renda.
A partir de 1950 acentuou-se, o questionamento da superioridade
masculina e as conquistas femininas ampliaram-se em
vários aspectos, da liberdade sexual às questões profissionais.
No entanto, essas conquistas não aconteceram de forma
generalizada em todas as nações. E mesmo onde elas
tiveram um avanço significativo, em muito ainda deverá ser
ampliada a emancipação feminina.
9.1- Fatores que determinaram o maior ingresso da mulher
no mercado de trabalho
a) Nos países desenvolvidos as conquistas profissionais
femininas podem ser atribuídas a um amplo movimento
de emancipação, que levou a uma conscientização social
e à quebra relativa do preconceito contra as mulheres.
É a dissolução da família patriarcal.
b) Nos países subdesenvolvidos os motivos são diferentes,
pois estão relacionados à própria estrutura econômica
dos países. O ingresso da mulher no mercado de
trabalho ocorreu devidos aos baixos salários recebidos
pelos homens impossibilitando-os de manter o orçamento
familiar apenas com seu trabalho.
A mulher continuou responsável por todas as atividades
domésticas, exercendo assim dupla jornada de trabalho,
visto que ainda não conquistou a justa divisão do trabalho
de casa como marido.
9.2- As conseqüências do ingresso da mulher no mercado
de trabalho
a) Maior exploração da força de trabalho, pois o ingresso
da mulher no mercado de trabalho não foi acompanhado
da dissolução da cultura machista. Por conta disso a
mulher fica sujeita a uma dupla jornada de trabalho o
doméstico e o remunerado.
b) Diminuição da participação dos homens em algumas
atividades que passam a ser exercidas em sua maioria
por mulheres a exemplo do ensino primário.
c) Aumento de exército de reserva, promovendo um rebaixamento
dos salários.