sexta-feira, 17 de setembro de 2010

FONTES DE ENERGIA - RECURSOS ENERGÉTICOS FÓSSEIS

A natureza oferece uma série de recursos indispensáveis ao homem, dentre eles podemos citar os minerais.
Os recursos minerais foram extraídos de maneira mais intensa a partir da Primeira Revolução Industrial. Uma vez que para o funcionamento da indústria é preciso ter abundância de matéria-prima e energia, nesse seguimento produtivo os recursos mais utilizados são os minérios, que podem ser renováveis e não-renováveis e metálicos ou não-metálicos.

Os minerais fósseis, de origem orgânica, tiveram sua utilização difundida a partir da Revolução Industrial com a invenção da máquina a vapor, que era movida a carvão mineral, de origem fóssil. Em geral, esses minerais têm seu uso vinculado à produção de energia, de maneira que movimenta, além de máquinas, aviões, carros, caminhões, entre outros. Os recursos energéticos fósseis possuem outros usos, pois são agregados na produção de inúmeros produtos. Os principais são: petróleo e carvão. Esses são de importância fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação, tendo em vista que países desprovidos de tais recursos enfrentam muitas dificuldades nos seguimentos industriais, comerciais e agrícolas.

O petróleo se formou a milhões de anos, a partir de matéria orgânica (restos de animais, vegetais e microrganismos) que se armazenou no fundo dos oceanos. Em razão da temperatura e da pressão sofrida, a matéria orgânica se transformou em um líquido viscoso, de coloração escura.

Esse importante recurso mineral é extraído todos os dias em várias partes do mundo, a unidade de medida usada é o barril, que equivale a 159 litros de petróleo. Após a extração do petróleo do subsolo ou do fundo do mar, ele é transportado para as refinarias, onde o minério bruto é beneficiado e transformado em produtos como: gasolina, óleo diesel e querosene. A partir do petróleo são fabricados ainda: plásticos, borrachas sintéticas, asfalto, fertilizantes, fibras e muitos outros.

O carvão se formou a milhões de anos através da decomposição de matéria orgânica (vegetais e animais) que se transformou, em face da abundância em carbono, num elemento rochoso, o próprio carvão mineral. Uma das principais utilizações desse minério é de servir de energia em fornos siderúrgicos, nos quais é produzido o aço. O carvão também é agregado na fabricação de corantes, inseticidas, plásticos, medicamentos, entre outros.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

FONTES DE ENERGIA - GÁS NATURAL

O gás natural é composto por uma mistura de hidrocarbonetos leves (metano, etano, propano, butano e outros gases em menores proporções) que submetido à temperatura ambiente e pressão atmosférica permanece no estado gasoso. É uma fonte energética encontrada na natureza em duas formas distintas. Ele pode ser obtido em jazidas e através da queima de biomassa (bagaço de cana-de-açúcar).

O gás natural encontrado em jazidas normalmente está associado ao petróleo. Constitui reservas finitas, e, conforme pesquisas realizadas pela IEA (Agência Internacional de Energia), caso se mantenha o ritmo de consumo médio da última década, as jazidas de gás natural irão se esgotar em 100 anos. Essa fonte energética agride menos o meio ambiente que o petróleo e o carvão mineral. No entanto, por ser de origem fóssil, sua combustão contribui para o efeito de estufa.

Já o gás natural, obtido através da queima de biomassa, é um combustível renovável, sua utilização é menos impactante e os custos econômicos são menores.

As tubulações responsáveis pelo envio de gás natural das fontes produtoras até os consumidores recebem o nome de gasoduto. O Brasil possui o gasoduto Bolívia – Brasil. São tubulações de diâmetro elevado, operando em alta pressão que transportam gás natural da Bolívia (produtor) para alguns Estados brasileiros (consumidores).
Depois de tratado e processado, o gás natural pode ser utilizado nas indústrias, residências, automóveis e comércio. Nas indústrias, sua utilização ocorre, principalmente, para a geração de eletricidade. Nas residências, o gás natural é usado para o aquecimento ambiental e de água. Nos automóveis, essa fonte energética substitui os combustíveis (gasolina, álcool e diesel). No comércio, sua utilização se dá principalmente para o aquecimento ambiental. Atualmente a utilização do gás natural corresponde a 18% do consumo energético mundial.

No Brasil, com a descoberta da camada pré-sal, que consiste em um óleo em camadas profundas - de 5 a 7 mil metros abaixo do nível do mar, estimativas apontam que o país irá dobrar seu volume de gás natural.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

FONTES DE ENERGIA - ENERGIA SOLAR

Os constantes problemas ambientais causados pela utilização de energias não renováveis aliados ao esgotamento dessas fontes, têm despertado o interesse pela utilização de fontes alternativas de energia.

A energia solar é uma boa opção na busca por alternativas menos agressivas ao meio ambiente, pois consiste numa fonte energética renovável e limpa (não emite poluente).

Sua obtenção ocorre de forma direta ou indireta.
A forma direta de obtenção se dá através de células fotovoltaicas, geralmente feitas de silício. A luz solar, ao atingir as células, é diretamente convertida em eletricidade. No entanto, essas células fotovoltaicas apresentam preços elevados. O efeito fotovoltaico ocorre quando fótons (energia que o sol carrega) incidem sobre os átomos, proporcionando a emissão de elétrons, que gera corrente elétrica.

Para obter energia elétrica a partir do sol de forma indireta, é necessária a construção de usinas em áreas de grande insolação, pois a energia solar atinge a Terra de forma tão difusa que requer captação em grandes áreas, nesses locais são espalhadas centenas de coletores solares.

Normalmente, a energia solar é utilizada em locais mais isolados, secos e ensolarados. Em Israel, aproximadamente 70% das residências possuem coletores solares, outros países com destaque na utilização da energia solar são os Estados Unidos, Alemanha, Japão e Indonésia. No Brasil, a utilização de energia solar está aumentando de forma significativa, principalmente o coletor solar destinado para aquecimento de água.

Apesar de todos os aspectos positivos da energia solar (abundante, renovável, limpa, etc.), ela é pouco utilizada, pois os custos financeiros para a obtenção de energia são muito elevados, não sendo viável economicamente. Necessita de pesquisas e maior desenvolvimento tecnológico para aumentar sua eficiência e baratear seus custos de instalação.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

FONTES DE ENERGIA - ENERGIA NUCLEAR

A energia nuclear, também chamada atômica, é obtida a partir da fissão do núcleo do átomo de urânio enriquecido, liberando uma grande quantidade de energia. A energia nuclear mantém unida as partículas do núcleo de um átomo. A divisão desse núcleo em duas partes provoca a liberação de grande quantidade de energia.

Os primeiros resultados da divisão do átomo de metais pesados, como o urânio e o plutônio, foram obtidos em 1938. A princípio, a energia liberada pela fissão nuclear foi utilizada para objetivos militares. Posteriormente, as pesquisas avançaram e foram desenvolvidas com o intuito de produzir energia elétrica. No entanto, armas nucleares continuam sendo produzidas através do enriquecimento de urânio.

Atualmente os Estados Unidos lideram a produção de energia nuclear, porém os países mais dependentes da energia nuclear são França, Suécia, Finlândia e Bélgica. Na França, cerca de 80% de sua eletricidade é oriunda de centrais atômicas.

No fim da década de 1960, o governo brasileiro começou a desenvolver o Programa Nuclear Brasileiro, destinado a implantar no país a produção de energia atômica. O país possui a central nuclear Almirante Álvaro Alberto, constituída por três unidades (Angra 1, Angra 2, e Angra 3), está instalada no município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Atualmente, apenas Angra 2 está em funcionamento.

Essa fonte energética é responsável por muita polêmica e desconfiança, a falta de segurança, a destinação do lixo atômico, além da possibilidade de acontecerem acidentes nas usinas, gera a reprovação da utilização da energia nuclear por grande parte da população. Alguns acidentes em usinas nucleares já aconteceram, entre eles estão:

Three Miles Island – em 1979, na usina localizada na Pensilvânia (EUA), ocorreu a fusão do núcleo do reator e a liberação de elevados índices de radioatividade que atingiram regiões vizinhas.

Chernobyl – em 1986 ocorreram o incêndio e o vazamento de radiação na usina ucraniana, na extinta União Soviética, com milhares de feridos e mortos, podendo a contaminação radioativa ter causado 1 milhão de casos de câncer nos 20 anos seguintes.

A energia nuclear apresenta vários aspectos positivos, sendo de fundamental importância em países que não possuem recursos naturais para a obtenção de energia. Estudos mais aprofundados devem ser realizados sobre essa fonte energética, ainda existem vários pontos a serem aperfeiçoados, de forma que possam garantir segurança para a população.

Aspectos positivos da energia nuclear:

- As reservas de energia nuclear são muito maiores que as reservas de combustíveis fósseis;
- Comparada às usinas de combustíveis fósseis, a usina nuclear requer menores áreas;
- As usinas nucleares possibilitam maior independência energética para os países importadores de petróleo e gás;
- Não contribui para o efeito estufa.

Aspectos negativos:

- Os custos de construção e operação das usinas são muito altos;
- Possibilidade de construção de armas nucleares;
- Destinação do lixo atômico;
- Acidentes que resultam em liberação de material radioativo;
- O plutônio 239 leva 24.000 anos para ter sua radioatividade reduzida à metade, e cerca de 50.000 anos para tornar-se inócuo.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

FONTES DE ENERGIA - HIDERLÉTRICAS

A energia hidrelétrica é a obtenção de energia elétrica através do aproveitamento do potencial hidráulico de um rio. Para que esse processo seja realizado é necessária a construção de usinas em rios que possuam elevado volume de água e que apresentem desníveis em seu curso.

A força da água em movimento é conhecida como energia potencial, essa água passa por tubulações da usina com muita força e velocidade, realizando a movimentação das turbinas. Nesse processo, ocorre a transformação de energia potencial (energia da água) em energia mecânica (movimento das turbinas). As turbinas em movimento estão conectadas a um gerador, que é responsável pela transformação da energia mecânica em energia elétrica.

Normalmente as usinas hidrelétricas são construídas em locais distantes dos centros consumidores, esse fato eleva os valores do transporte de energia, que é transmitida por fios até as cidades.

A eficiência energética das hidrelétricas é muito eficaz, em torno de 95%. O investimento inicial e os custos de manutenção são elevados, porém, o custo do combustível (água) é nulo.
Atualmente, as usinas hidrelétricas são responsáveis por aproximadamente 18% da produção de energia elétrica no mundo. Esses dados só não são maiores pelo fato de poucos países apresentarem as condições naturais para a instalação de usinas hidrelétricas. As nações que possuem grande potencial hidráulico são os Estados Unidos, Canadá, Brasil, Rússia e China. No Brasil, mais de 95% da energia elétrica produzida é proveniente de usinas hidrelétricas.

Apesar de ser uma fonte de energia renovável e não emitir poluentes, a energia hidrelétrica não está isenta de impactos ambientais e sociais. A inundação de áreas para a construção de barragens gera problemas de realocação das populações ribeirinhas, comunidades indígenas e pequenos agricultores. Os principais impactos ambientais ocasionados pelo represamento da água para a formação de imensos lagos artificiais são: destruição de extensas áreas de vegetação natural, matas ciliares, o desmoronamento das margens, o assoreamento do leito dos rios, prejuízos à fauna e à flora locais, alterações no regime hidráulico dos rios, possibilidades da transmissão de doenças, como esquistossomose e malária, extinção de algumas espécies de peixes.

FONTES DE ENERGIA - ENERGIA GEOTÉRMICA

A energia geotérmica se caracteriza pelo calor proveniente da Terra, é a energia calorífera gerada a menos de 64 quilômetros da superfície terrestre, em uma camada de rochas, chamada magma, que chega a atingir até 6.000°C. Geo significa terra e térmica corresponde a calor, portanto, geotérmica é a energia calorífica oriunda da terra.

O magma resulta das tremendas pressões abaixo da superfície e do calor gerado pela decomposição de substâncias radioativas, como o urânio e o tório. Encontrando fissuras na crosta terrestre, o magma explode em erupções vulcânicas, ou os gases liberados com o seu resfriamento aquecem águas subterrâneas que afloram na forma de gêiseres ou minas de água quente.

A energia elétrica pode ser obtida através da perfuração do solo em locais onde há grande quantidade de vapor e água quente, estes devem ser drenados até a superfície terrestre por meio de tubulações específicas. Em seguida o vapor é transportado a uma central elétrica geotérmica, que irá girar as lâminas de uma turbina. Por fim, a energia obtida através da movimentação das lâminas (energia mecânica) é transformada em energia elétrica através do gerador.

Os aspectos positivos desse tipo de energia são:
A emissão de gases poluentes (CO2 e SO2) é praticamente nula, não intensificando o efeito de estufa, diferentemente dos combustíveis de origem fóssil.
A área necessária para a instalação da usina é pequena.
Pode abastecer comunidades isoladas.

Os aspectos negativos:
É uma energia muito cara e pouco rentável, pois necessita de altos investimentos estruturais e sua eficiência é baixa.
Pode ocasionar o esgotamento do campo geotérmico.
O calor perdido aumenta a temperatura do ambiente.
Ocorre a emissão de ácido sulfídrico (H2S), extremamente corrosivo e nocivo à saúde.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

FONTES DE ENERGIA - CARVÃO VEGETAL

O carvão vegetal é obtido a partir da queima ou carbonização de madeira, após esse processo resulta em uma substância negra.

No cotidiano o carvão vegetal é utilizado como combustível de aquecedores, lareira, churrasqueiras e fogões a lenha, além de abastecer alguns setores industriais como as siderúrgicas.

O carvão também é usado na medicina, nesse caso chamado de carvão ativado oriundo de determinadas madeiras de aspecto mole e não resinosas.

Essa substância tem sido utilizada desde a Antigüidade, na civilização egípcia tinha seu uso difundido na purificação de óleos e uso medicinal. Na Segunda Guerra serviu para a retirada de gases tóxicos a partir de sua elevada capacidade de absorver impurezas sem alterar sua estrutura, devido a sua composição porosa.

No Brasil há relatos de uso de carvão vegetal por parte dos índios, esses realizavam a mistura da substância com gorduras de animais com finalidade de combater doenças como tumores e úlceras.

O carvão também se destaca na condução de oxigênio e um eficiente disseminador de toxinas. Diante de várias indicações positivas do carvão pode-se destacar o seu uso no tratamento de dores estomacais, mau hálito, aftas, gases intestinais, diarréias infecciosas, desinteria hepática e intoxicações.

O Brasil ainda faz uso do carvão vegetal na produção industrial, prática que deixou de ser desenvolvida nos países centrais, o país ocupa o primeiro lugar na produção dessa substância. Diante disso, cerca de 85% do carvão produzido é utilizado nas indústrias, as residências respondem por 9% do consumo e o setor comercial como pizzarias, padarias e churrascarias 1,5%.

Apesar dos benefícios apresentados com a utilização do carvão vegetal é preciso analisar as conseqüências que a sua produção provoca. Em primeiro lugar é importante analisar o fator social, quando pessoas adultas e até crianças trabalham nas carvoarias na maioria das vezes em condições precárias de trabalho e baixíssimos salários.

Outro fator não menos importante que o primeiro é o ambiental, pois para o desenvolvimento dessa atividade diversas vezes é preciso retirar a cobertura vegetal de importantes composições vegetativas contidas no território brasileiro, que geralmente não são oriundos de madeiras de reflorestamento ou madeira cultivada para esse fim, pois algumas pesquisas revelam que aproximadamente 78% do carvão produzido no Brasil é de origem de vegetação nativa causando um enorme prejuízo ambiental.
Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

FONTES DE ENERGIA - CARVÃO MINERAL

O carvão mineral é um minério não-metálico, possui cor preta ou marrom com grande potencial combustível, uma vez queimado libera uma elevada quantidade de energia.
É constituído basicamente por carbono (quanto maior o teor de carbono mais puro é o carvão) e magnésio, sendo encontrado em forma de betume.

Esse carvão é considerado um combustível fóssil, pois as jazidas desse minério se formaram há milhões de anos; quando extensas florestas foram submersas, fazendo com que os restos de vegetais, que são ricos em carbono, se transformassem em um elemento rochoso. Esse é classificado em turfa, linhito, antracito e hulha, essa distinção existe em razão das condições ambientais e época de formação.

O combustível fóssil é utilizado, especialmente, no aquecimento de fornos de siderúrgicas, indústria química (produção de corantes), na fabricação de explosivos, inseticidas, plásticos, medicamentos, fertilizantes e na produção de energia elétrica nas termoelétricas. O carvão mineral teve seu uso difundido bem antes do descobrimento do petróleo como fonte de energia. No século XVIII surgiram máquinas movidas a vapor, que permitiram a substituição da força animal pela mecânica.

No século XX o petróleo ocupou lugar de principal fonte de energia, superando o uso do carvão mineral, no entanto, sua importância é bastante representativa no mundo. Atualmente, do total de reservas de carvão existentes no mundo, 56,5% se encontra na Rússia; 19,5%, nos Estados Unidos; 9,5%, na China; 7,8%, no Canadá; 5,0%, na Europa; 1,3%, na África; e 0,4%, em outros países.

FONTES DE ENERGIA - BIOCOMBUSTÍVEIS

Os biocombustíveis são combustíveis com fontes renováveis, obtidos a partir do beneficiamento de determinados vegetais, entre os quais podemos citar: cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, resíduos agropecuários, eucalipto, além de muitos outros.

Essa fonte de energia, de acordo com especialistas, é uma alternativa relativamente eficiente para amenizar diversos problemas relacionados à emissão de gases e, automaticamente, combater o efeito estufa. Para isso é preciso promover gradativamente a substituição do uso dos combustíveis fósseis pelos bicombustíveis, até porque o petróleo é um recurso finito e que, segundo pesquisadores, deve acabar por volta do ano de 2070. 
Atualmente, a produção de energia a partir de produtos agrícolas é classificada em: etanol, biogás, biodiesel, florestas e resíduos. Em relação à produção do etanol, pretende-se obter totalmente a partir da cana-de-açúcar. O biogás é uma fonte de energia produzida de restos de matéria orgânica em fase de decomposição, como por exemplo, palhas, estercos, bagaços de diversos tipos de vegetais ou lixo. O biodiesel é uma fonte de energia obtida a partir do processamento de determinadas sementes, como de mamona, dendê, girassol, babaçu, amendoim e soja. Os óleos derivados desses vegetais podem ser usados integralmente ou agregados ao diesel (fóssil) em quantidades variadas.

A fonte energética apresentada figura atualmente como uma alternativa frente aos problemas ambientais, a escassez de petróleo e os elevados preços desse produto no mercado internacional. No entanto, é bom ressaltar que a produção de bicombustíveis também age negativamente nos ambientes naturais e que pode também comprometer a produção de gêneros alimentícios.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil EscolA

GASODUTO BRASIL-BOLÍVIA



O Gasoduto Bolívia-Brasil é um tipo de via de transporte que interliga a Bolívia e o Brasil por um duto, que possui 3.150 km em todo seu percurso, sendo 557 km dentro da Bolívia e 2.593 km em solo brasileiro. O custo total dessa obra foi de 2 bilhões de dólares.

Esse empreendimento teve sua construção iniciada no ano de 1997, dois anos depois já estava operando parcialmente. As perspectivas são de que em 2010 sua capacidade de operação seja ampliada, isso com intuito de elevar a oferta de gás natural no mercado brasileiro. 

O Gasoduto começa em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) até Canoas (Rio Grande do Sul- Brasil), percorrendo os Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, cortando 135 municípios.

A implantação desse gasoduto é de extrema importância para o setor energético do Brasil, promovendo um incremento na disponibilidade de gás natural no mercado nacional. A via de circulação do gás é de responsabilidade, aqui no Brasil, da Transportadora Brasileira Gasoduto Brasil-Bolívia S/A (TBG). As perspectivas são de aumentos na capacidade produtiva para os próximos anos, fator importante diante da necessidade desse produto no Brasil.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

O QUE É PETRODOLAR?

O termo petrodólar representa as relações comerciais estabelecidas entre um país comprador de petróleo, que paga em dólar, e outro que vende o petróleo, principal fonte energética do mundo. O termo pode ser definido também como os capitais obtidos pelos países exportadores de petróleo.

A palavra petrodólar foi criada pelo professor  de Economia da Universidade Georgetown, Ibrahim Oweiss, em 1973. Para ele, era necessária a criação de um termo que caracterizasse a crise do petróleo instaurada naquele momento, fator que ocasionou o aumento dos valores do barril desse combustível fóssil, desencadeando um intenso fluxo de capitais em direção às economias dos países produtores.

Os fatos apresentados ocorriam em razão da grande influência da moeda americana, o dólar, que foi e continua sendo a referência para as transações comerciais e cambiais executadas no mundo, no entanto, isso tem mudado, uma vez que o euro tem se despontado no cenário mundial.

Hoje, os grandes produtores de petróleo que integram a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) não se restringem a vender somente em dólar, mas também por outras moedas consolidadas, tirando assim o “status” da moeda americana.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

domingo, 12 de setembro de 2010

ISRAEL FACE À SUA HISTÓRIA

A intelligentsia israelense conheceu, nos anos 1980, o começo de uma mutação notável, que marca a ascensão de uma nova geração de homens e de mulheres que não conheceram a shoah (1) nem a criação do Estado de Israel. Essa evolução é também testemunho do amadurecimento progressivo das elites, daí em diante capazes de julgar sem complexo o passado e de se livrar dos mitos e tabus propalados pelos dirigentes israelenses.

O anticonformismo desses intelectuais — historiadores, sociólogos, filósofos, jornalistas, escritores, cineastas, artistas — manifestou-se depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967: a ocupação, a resistência palestina, a ascensão ao poder da direita nacionalista e religiosa em 1977, a influência crescente dos colonos e dos rabinos expansionistas, a exacerbação das tensões entre religiosos e leigos não deixou de alimentar a contestação. “Quando eles falam de Tel-Aviv, os religiosos usam com freqüência a expressão ‘Sodoma e Gomorra’, ao passo que, para os laicos, Jerusalém é como a Teerã do tempo dos aiatolás”, comenta Michel Warschawski, um dos dirigentes da ala radical do movimento pacifista.

A paz com o Egito, em 1979, suscitou a esperança de uma solução global, que a invasão do Líbano, em 1982, transformou em desilusão. Percebida pela opinião pública como a primeira guerra ofensiva de Israel, esta última foi provocada por razões que se revelaram mentirosas. A Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que a dupla Menahem Begin - Ariel Sharon buscava aniquilar, não se entregou a qualquer provocação, como o governo israelense afirmava. Ela deu, até mesmo, sinais da vontade de se engajar na via do compromisso. Em todo o caso, não colocava em perigo a existência do Estado judeu. À época, muitos israelenses ficam escandalizados com a extrema brutalidade de suas forças armadas, e com o número exorbitante de vítimas entre os civis palestinos e libaneses, que culminou no terrível massacre de Sabra e Chatila, cometido às claras pelas unidades do Tsahal, o exército israelense.

Acontecimentos sem precedentes se sucederam então: cerca de quatrocentos mil manifestantes protestaram no centro de Tel Aviv; quinhentos oficiais e soldados desertaram; o movimento dos refuseniks (2) tomou forma com aqueles que se recusavam a servir o exército, inicialmente no Líbano, em seguida nos territórios ocupados. A “pureza das armas” de que o Estado judeu se gabava desde o seu nascimento ficou seriamente prejudicada.

Jovens historiadores contribuíram ainda mais, voluntariamente ou não, para o descrédito desse slogan. Ao tomar conhecimento dos arquivos oficiais, em grande parte tornados públicos em 1978 (trinta anos depois dos acontecimentos relacionados, como autoriza a lei israelense), descobriram que o comportamento das forças judaicas, antes e durante a Guerra de 1948, esteve longe de corresponder à imagem idílica projetada pela propaganda. Apoiado por documentos oficiais, Simha Flapan, fervoroso sionista até sua morte e um dos dirigentes do partido de esquerda Mapam, foi o primeiro a publicar uma obra expondo os “sete principais mitos” utilizados para enganar a opinião pública durante décadas (3).

Dominique Vidal (4), em colaboração com Sébastien Boussois, expõe e analisa as conclusões daqueles que, atualmente, designamos como “novos historiadores”: trata-se dos primeiros pesquisadores, desde a criação do Estado de Israel, a fundamentar seus trabalhos não sobre referências de segunda mão, como fizeram seus predecessores, mas sobre documentos irrefutáveis, consultados nos arquivos do Conselho de Ministros, do Exército, do Palmach (tropas de choque), das organizações sionistas, do diário do primeiro-ministro David Ben Gurion, entre outros.

Seu livro descreve as circunstâncias que conduziram à guerra contra os exércitos árabes, estigmatiza o papel de Ben Gurion, no melhor dos casos ambíguo, e consagra um capítulo a Benny Morris, o líder dos “novos historiadores”, que Vidal classifica de “esquizofrênico”, em razão do fosso entre seu engajamento de historiador na busca da verdade e suas posições políticas próximas da extrema-direita israelense. Vidal analisa, por fim, a obra mais recente de Ilan Pappé, The ethnic cleansing of Palestine [A limpeza étnica da Palestina], que provocou tal escândalo (depois de tantos outros) que ele teve que se demitir da Universidade de Haifa para se exilar em uma universidade britânica.

Pappé não é o primeiro intelectual dissidente, e sem dúvida não será o último, a se expatriar para escapar do ambiente opressivo reservado aos “pestilentos”, como ele se define. No entanto, é muito difícil contestar suas narrativas, bem mais detalhadas do que as de seus predecessores. O historiador de Haifa teve, com efeito, acesso a documentos guardados nos arquivos israelenses há sessenta anos, e não apenas há quarenta, como foi o caso de seus predecessores. Mas ele também se baseou nos escritos de historiadores palestinos, muitas vezes testemunhas oculares dos acontecimentos. E recolheu testemunhos de sobreviventes da limpeza étnica, até agora curiosamente negligenciados por seus colegas, seja pela rejeição a priori dos testemunhos, seja por má fé, seja pela ignorância da língua árabe — testemunhos tanto mais preciosos pelo fato de os Estados árabes se recusarem até hoje a abrir seus arquivos aos pesquisadores.

Divergências e pontos em comum

As divergências entre Ilan Pappé e Benny Morris não são, em última análise, verdadeiramente fundamentais. Um e outro confirmam, em primeiro lugar, que a Guerra de 1948 não foi, como se costuma dizer, um combate de “David contra Golias”, pois as forças judaicas eram claramente superiores em efetivos e armamentos às de seus adversários. No auge da guerra civil judaico-palestina, havia apenas alguns milhares de combatentes palestinos mal equipados, apoiados por voluntários árabes do Exército de Libertação de Fawzi Al-Qawuqji. E, mesmo quando os Estados árabes intervieram, no dia 15 de maio de 1948, seus contingentes eram muito inferiores aos da Haganá (5), que não parava de se reforçar.

Além disso, os dois historiadores concordam que os exércitos árabes invadiram a Palestina in extremis, e certamente a contragosto, não para “destruir o jovem Estado judeu”, algo do qual sabiam que eram incapazes, mas para impedir que Israel e a Transjordânia —  em “conluio”, segundo o historiador Avi Shlaïm — partilhassem o território devolvido aos palestinos pelo plano de divisão da ONU de 29 de novembro de 1947.

“Nós estamos em condições de ocupar toda a Palestina, disto não tenho qualquer dúvida”, escreveu Ben Gurion a Moshe Sharett em 1948, três meses antes da guerra israelo-árabe e algumas semanas antes das entregas maciças de armamentos encaminhados, via Praga, pela União Soviética. Algo que não o impediu de proclamar repetidas vezes que Israel estava ameaçado de um “segundo holocausto”.

Deixando-se arrebatar pela euforia das vitórias conquistadas, relata Ilan Pappé, o “pai” do Estado judaico escreveu no dia 24 de maio, na primeira semana da guerra, em seu diário pessoal: “Nós estabeleceremos um Estado cristão no Líbano (…) nós faremos a Transjordânia em pedaços, bombardearemos a sua capital, destruiremos o seu exército (…) deixaremos a Síria de joelhos (…) nossa aviação atacará Port Said, Alexandria e o Cairo, e isto para vingar nossos ancestrais oprimidos pelos egípcios e pelos assírios nos tempos bíblicos (…)”.

Do mesmo modo, Benny Morris e Ilan Pappé reduzem a nada a fábula, alimentada pelos dirigentes israelenses, segundo a qual os palestinos teriam deixado os seus lares voluntariamente, depois de apelos lançados pelas autoridades e pelas rádios árabes (emissões que a propaganda israelense forjou, como testemunham as gravações integrais realizadas pela BBC). Ao contrário, os dois historiadores confirmam aquilo que já sabíamos desde o fim dos anos 1950: foram aquelas mesmas autoridades israelenses que forçaram os palestinos ao êxodo recorrendo à chantagem, à ameaça, ao terror e à brutalidade das armas para os enxotar de suas terras.

Eles divergem, no entanto, sobre o sentido dessas expulsões. Para Benny Morris, são apenas “danos colaterais”: “guerra é guerra”, afirma, acrescentando mais recentemente (6), não sem cinismo, que Ben Gurion deveria ter prosseguido até expulsar o último palestino. Lá, onde Benny Morris descreve um êxodo “nascido da guerra e não de uma intenção, judia ou árabe”, Ilan Pappé mostra que a purificação étnica foi planejada, organizada e posta em prática a fim de ampliar o território do Estado de Israel e de o “judaizar”.

O fato é que, apesar de terem aprovado publicamente o plano de divisão das Nações Unidas, os dirigentes sionistas o julgavam inadmissível: sua aprovação era de ordem tática, como indicam os numerosos documentos arquivados, assim como o diário de Ben Gurion.

Martírio palestino

Sem dúvida, mais da metade da Palestina lhes havia sido atribuída, o restante regressando aos árabes autóctones que, no entanto, eram duas vezes mais numerosos do que os judeus. Todavia, aos seus olhos, o território previsto para o Estado de Israel era muito estreito para acolher os milhões de imigrantes que seus dirigentes esperavam receber. Além disso, 405 mil árabes palestinos conviveriam ali com 558 mil judeus, estes últimos constituindo assim apenas 58% da população do futuro Estado hebreu. Com tal composição, o sionismo arriscava-se a perder até mesmo a sua razão de ser. Daí a fórmula “tornar a Palestina tão judia quanto a América é americana e a Inglaterra é inglesa”, lançada por Haim Weizmann, futuro primeiro presidente de Israel.

A “transferência” (eufemismo para designar a expulsão) dos árabes autóctones para fora das fronteiras atormentou os espíritos dos dirigentes sionistas. Por isso, eles não paravam de debatê-la, o mais das vezes a portas fechadas. No final do século XIX, Theodor Herzl (7) sugeriu ao sultão otomano que deportasse os palestinos para desocupar o território e dar lugar à colonização judaica. Em 1930, Haim Weizmann tentou persuadir o governo britânico, potência mandatária da Palestina, a fazer o mesmo.

Em 1938, depois da proposição de um mini-Estado judeu, e também de uma transferência de árabes, pensada pela comissão britânica dirigida por Lord Peel, Ben Gurion declarou diante do comitê executivo da Agência Judaica: “Eu sou favorável à transferência obrigatória — uma medida que não tem nada de imoral”. A Guerra de 1948 ofereceu-lhe a ocasião sonhada. Seis meses antes da intervenção dos exércitos árabes, ele lançou contra a população autóctone a ofensiva destinada a deportá-la. Para realizar esse projeto — revela Pappé —, Ben Gurion possuía um arquivo com dados de todas as aldeias árabes, contendo informações demográficas, econômicas, políticas e militares, arquivo criado pela Agência Judaica em 1939 e atualizado constantemente ao longo da década de 1940.

Os meios aos quais as forças judaicas recorreram — e que Ilan Pappé analisa em detalhes — são de dar frio na espinha, mesmo que tenham por precedentes as atrocidades cometidas no curso das purificações étnicas conduzidas por outros povos desde a alta antigüidade. O balanço feito pelo historiador é eloquente: em alguns meses, foram registrados dezenas de massacres e execuções sumárias; 531 aldeias, em um total de mil, foram destruídas ou reconvertidas para acolher imigrantes judeus; onze centros urbanos etnicamente mistos foram esvaziados de seus habitantes árabes.

Sob a ponta das baionetas, o conjunto de palestinos de Ramallah e de Lod, cerca de 70 mil pessoas, inclusive crianças e idosos, foi banido em poucas horas, em meados de julho de 1948. A operação foi instruída por Ben Gurion, como o testemunham as memórias, posteriormente censuradas, do futuro primeiro-ministro Itzhak Rabin — à época, o oficial superior encarregado, juntamente com Igal Allon, da atividade. Repelidos em direção à fronteira transjordaniana, vários palestinos morreram no caminho, de cansaço.

A mesma coisa ocorrera, em abril, na cidade de Jaffa, quando 50 mil de seus habitantes árabes tiveram de fugir, aterrorizados pelo ataque intensivo da artilharia do Irgun (8) e pelo medo de novos massacres. Foi o que o próprio Benny Morris chama de “fator atrocidade”.

Esses horrores são ainda mais injustificáveis quando se sabe que muitas aldeias árabes — Ben Gurion mesmo o confessa — haviam declarado sua vontade de não resistir à divisão da Palestina e até mesmo decidido estabelecer, para esse fim, acordos de paz com seus vizinhos judeus. Foi o caso da aldeia de Deir Yassin, onde, apesar de tudo, as forças irregulares do Irgun e do Lehi (9) exterminaram uma parte considerável da população — com o acordo tácito da Haganá, o exército “regular” da Agência Judaica, segundo Simha Flapan.

No total, entre 1947 e 1949, de 750 mil a 800 mil palestinos tiveram de tomar o caminho do exílio, enquanto seus bens imobiliários e mobiliários eram confiscados. Segundo a estimativa de um oficial israelense citado por Dominique Vidal, o Fundo Nacional Judeu se apoderou de 300 mil hectares de terras árabes, das quais a maior parte foi dada aos moradores dos kibutz. A operação não poderia ter sido melhor concebida: no dia seguinte ao voto da Assembléia Geral das Nações Unidas, de 11 de dezembro de 1948, que aprovou a famosa resolução sobre o “direito ao retorno”, o governo israelense adotou a “lei de urgência relativa às propriedades dos ausentes”, que complementou aquela sobre o “cultivo das terras abandonadas”, de 30 de junho de 1948, e legalizou retroativamente a espoliação, proibindo que os espoliados se instalassem novamente em suas casas ou reivindicassem qualquer compensação.

Desconstrução

Apesar dos protestos de alguns membros do governo israelense, escandalizados pela brutalidade da purificação étnica, Ben Gurion — que não havia patrocinado explicitamente e por escrito essas ações — não fez nada para interrompê-las. Contentou-se em denunciar os saques e os estupros aos quais os soldados do Tsahal se entregavam — crimes em que se beneficiaram, contudo, de uma impunidade total. O mais espantoso, sem dúvida, foi o pesado silêncio da “comunidade internacional” — silêncio que se prolongou por várias décadas, durante as quais os observadores estrangeiros, incluídos os da ONU, não ignoraram as atrocidades cometidas. Compreendemos melhor, dessa maneira, porque os palestinos falam em nakba (catástrofe) quando se referem à “guerra de independência de Israel”, que o recente Salão do Livro escolheu para celebrar em Paris (10).

Avi Shlaim, professor de longa data no St. Anthony’s College, em Oxford, acaba de publicar The iron wall: Israel and the Arab world [O muro de ferro: Israel e o mundo árabe]. No livro, Shlaim destrói mais um mito: o de um Estado de Israel enamorado pela paz, em oposição ao belicismo dos Estados árabes dedicados a aniquilá-lo. O título de sua obra refere-se à doutrina de Zeev Jabotinsky. Já em 1923, esse pai da direita ultranacionalista judaica, afirmava que era imprescindível desistir de negociar um acordo de paz antes de ter colonizado a Palestina, protegido dos perigos por um “muro de ferro”, já que os árabes só compreendiam a lógica da força.

Tendo adotado essa doutrina na prática, políticos e militares israelenses, tanto de “direita” quanto de “esquerda”, teriam, no mais das vezes, sabotado os sucessivos planos de paz. Calculando que o tempo joga a favor de Israel, e sustentando que este “não tem um parceiro pela paz”, conforme as palavras de Ehud Barak (11), os dirigentes de Jerusalém esperam sempre que a parte contrária se resigne a aceitar a expansão territorial do Estado judeu e a fragmentação de um hipotético Estado palestino, condenado a se tornar um mosaico de “bantustões”. A obra de Shlaim, cuja edição inglesa no ano 2000 tornou-se um best-seller, com mais de cinqüenta mil exemplares vendidos, foi traduzida em várias línguas antes de aparecer em hebraico cinco anos depois: a quase totalidade dos editores israelenses a havia considerado até então “sem interesse”.

No entanto, Avi Shlaim admite “reconhecer a legitimidade do movimento sionista e a do Estado de Israel em suas fronteiras de 1967”. Ele acrescenta, porém: “Por outro lado, rejeito totalmente o projeto colonial sionista além dessa fronteira”. Com algumas exceções, os historiadores, sociólogos, escritores, jornalistas e cineastas pertencentes à nova onda da intelligentsia são, como ele, sionistas de um tipo novo, aos quais apelidamos de “pós-sionistas”. Todos estão convencidos de servir à causa da paz ao restabelecer a verdade histórica e ao reconhecer os prejuízos causados aos palestinos.

Para apreender o sentido e o alcance dessa mutação, iniciada nos anos 1980, podemos ler com proveito a pesquisa realizada em Israel por Sébastien Boussois junto aos novos historiadores e seus adversários (12). Alguns chegaram à conclusão de que a instituição de um Estado de Israel “normalizado”, em paz com seus vizinhos, depende em grande medida do impacto que esses intelectuais contestadores terão sobre a sociedade e principalmente sobre o mundo político israelenses.

É o que escreve, à sua maneira, Yehuda Lancry, antigo embaixador de Israel na França e nos Estados Unidos: “Os ‘novos historiadores’, mesmo por meio do radicalismo de Ilan Pappé, são tanto os batedores dessa região pouco clara da consciência coletiva israelense quanto os preparadores de uma adesão mais firme ao reconhecimento mútuo e à paz com os palestinos. Seu trabalho, longe de representar uma fonte de transtornos para Israel, é uma honra para o seu país — e, mais do que isso, um dever, uma obrigação moral, uma prodigiosa tomada de responsabilidade sobre um empreendimento liberador capaz de inscrever no vivido israelense as linhas de articulação, os interstícios saudáveis, necessários para a inserção do discurso do outro (13)”.

*Eric Rouleau é jornalista, ex-embaixador da França na Tunísia e na Turquia. Artigo originalmente publicado no Diplo


1 Termo iídiche, que significa calamidade ou grande catástrofe, com o qual os judeus se referem ao holocausto nazista.
2 Originalmente, o termo nomeava judeus, armênios e outras minorias às quais era negada autorização para emigrar na antiga União Soviética. Atualmente, a palavra designa aqueles que alegam objeção de consciência para não servir o exército israelense.
3 The Birth of Israel, myths and realities (Nova York, Pantheon Books, 1987).
4 Dominique Vidal é jornalista, integrante do coletivo de redação de Le Monde Diplomatique (França). Seu livro Comment Israel expulsa les Palestiniens [Como Israel expulsou os palestinos] é uma edição revista e ampliada da obra Le péché originel d’Israel [O pecado original de Israel], publicada pelo mesmo autor, em colaboração com Joseph Algazy, pelas Éditions de l’Atelier, em 1988.
5 Força paramilitar judaica. Criada durante o Mandato Britânico na Palestina, entre 1920 e 1948, tornou-se a coluna vertebral do exército israelense.
6 Em uma entrevista ao diário Haaretz, Tel Aviv, 8 de janeiro de 2004.
7 Theodor Herzl, escritor e político judeu, é considerado o fundador do sionismo como movimento político.
8 Organização sionista terrorista atuante na Palestina. Fundado em 1931, o Irgun foi dirigido, a partir de 1943, por Menahem Begin, futuro primeiro-ministro israelense. Em 1948, com a criação do Estado de Israel, a grande maioria de seus membros foi incorporada ao recém-criado exército nacional.
9 Organização sionista terrorista atuante na Palestina. O Lehi nasceu, em 1940, de uma dissidência do Irgun, liderada por Avraham Stern.
10 Inaugurado em 14 de março de 2008 na capital francesa, e um dos mais importantes eventos literários da Europa, o salão acabou boicotado por quatro países (Irã, Iêmen, Arábia Saudita e Líbano) e editores de outras nações árabes (como Argélia, Marrocos e Tunísia).
11 Ehud Barak, general do exército israelense e primeiro-ministro entre 1999 e 2001.
12 Ver Dominique Vidal, op. cit. Sébastien Boussois é, por outro lado, o autor de Israel, confronté à son passé [Israel confrontado com o seu passado] (Paris, L’Harmattan, 2008).
13 Prefácio ao livro de Dominique Vidal,  op. cit.

Fonte: http://operamundi.uol.com.br/opiniao_ver.php?idConteudo=1074

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

POPULAÇÃO PARÁ

O Pará é um dos estados que integram a Região Norte do Brasil. Sua extensão territorial é de 1.247.689,515 km², sendo o segundo maior estado brasileiro. Está divido em 143 municípios, conforme contagem populacional realizada em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), totaliza 7.431.020 habitantes, é o mais populoso da região. A densidade demográfica é de aproximadamente 5,9 hab/km², o que demonstra que o estado é pouco povoado.
Belém, capital do Pará, é a cidade mais populosa do estado, possui 1.437.600 habitantes.

Quanto à distribuição da população segundo o sexo, 49,44% são mulheres e o restante, 50,56%, são homens.

Sua população é miscigenada, formada a partir de índios, negros e descendentes de imigrantes asiáticos e europeus.
Na sua formação, o Pará teve um elevado número de imigrantes portugueses, espanhóis, italianos e japoneses. Além das muitas influências africanas e indígenas.

Conforme dados da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o território do Pará concentra 31 etnias indígenas espalhadas em 298 povoações, totalizando mais de 27 mil índios. Também possui comunidades negras remanescentes de antigos quilombos.

A maioria da população reside em áreas urbanas (66%), na zona rural habitam 34% da população paraense.

A composição étnica do Pará está classificada da seguinte forma:
Pardos: 73%
Brancos: 23%
Negros: 3,5%
Índigenas: 0,6%.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

ECONOMIA PARÁ

Localizado na Região Norte, o estado do Pará, com extensão territorial de 1.247.689,515 quilômetros quadrados, é a segunda maior unidade federativa do país. Conforme contagem populacional realizada em 2009 pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), a população paraense totaliza 7.431.020 habitantes.
Em 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) do Pará atingiu a marca de 49,5 bilhões de reais; o PIB per capita é de 7.707 reais. A participação do estado para o PIB brasileiro é de 1,9%; para o PIB regional, essa contribuição é de 37,1%, sendo a maior da Região Norte. A composição do PIB paraense é a seguinte:
Agropecuária: 8,6%.
Indústria: 31%.
Serviços: 60,4%.
Portanto, o segmento de serviços e comércio é o principal responsável pelo PIB do estado (60,4%). Essa atividade é impulsionada pelo turismo, que tem apresentado destaque, principalmente em Belém, capital do Pará. Outros destinos dos visitantes são Santarém, a porção noroeste do estado, que possui montanhas e inscrições pré-históricas, além do leste paraense, com praias marítimas, como, por exemplo, Salinas.

A agricultura baseia-se no cultivo de laranja, banana, cana-de-açúcar, coco, arroz, mandioca, cacau, feijão e, principalmente, pimenta-do-reino, cujo estado é o maior produtor nacional.
A pecuária é mais desenvolvida na porção sudoeste do Pará, o rebanho bovino é de aproximadamente 14 milhões de cabeças de gado. Também há criações de aves, suínos, equinos e bubalinos, esse último é mais comum na ilha de Marajó.
O setor industrial concentra-se na Região Metropolitana de Belém. Os principais segmentos industriais são o madeireiro, alimentício, químico, alumínio, etc.
O extrativismo mineral é a principal atividade econômica do Pará. Esse segmento baseia-se na exploração da bauxita, ferro, manganês, calcário, ouro, estanho. O alumínio e o minério de ferro são os principais produtos de exportação.
O extrativismo vegetal também é de grande importância (madeira, castanha-do-pará, etc.).
Durante a década de 1980, houve extração de ouro em grandes quantidades em Serra Pelada, conforme dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), somente no ano de 1983 foram extraídas cerca de 14 toneladas de ouro nessa área. Porém, o ouro esgotou-se, e, atualmente, o projeto Ouro Serra Leste, da Companhia Vale do Rio Doce, retira o minério de jazidas profundas.
Dados de exportação e importação estadual:

Exportação:
Minério de ferro – 36%.
Outros minérios – 14%.
Alumina calcinada – 13%.
Alumínio bruto – 10%.
Ferro fundido – 8%.
Madeira e seus produtos – 6%.
Bovinos – 3%.
Caulim – 3%.
Outros – 7%.
Importação:
Soda cáustica – 17%.
Máquinas e equipamentos – 14%.
Carvão mineral e derivados – 10%.
Derivados de petróleo – 8%.
Caminhões dumper – 7%.
Produtos das indústrias químicas – 6%.
Niveladora, carregadora e perfuradora – 6%.
Eletroeletrônicos – 6%.
Pneus – 6%.
Outros – 20%.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

A DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ

Localizado na Região Norte, o estado do Pará, com extensão territorial de 1.247.689,515 quilômetros quadrados, é a segunda maior unidade federativa do Brasil, correspondendo a 14,6% do território nacional, atrás somente do Amazonas (1.570.745,680 km²). Conforme contagem populacional realizada em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população é de 7.431.020 habitantes, distribuídos em 143 municípios.
A grande extensão territorial do Pará tem sido um dos argumentos utilizados para uma divisão desse território e a consequente formação de dois novos estados, além do atual Pará: Tapajós e Carajás. Os defensores desse projeto alegam que em razão da extensão paraense, as políticas públicas não são realizadas com eficácia, e a redução dessa área proporcionaria administrações mais eficientes.
Outros estados brasileiros foram criados através da divisão de uma unidade federativa, como, por exemplo, o Tocantins (divisão de Goiás) e Mato Grosso do Sul (fragmentação do Mato Grosso).
Caso seja concretizada a fragmentação do território paraense, o estado de Carajás, localizado ao sul, terá 285.000 quilômetros quadrados, cuja capital será a cidade de Marabá. A população dessa região é de aproximadamente 1,8 milhão de habitantes. Essa região apresenta grande riqueza mineral (minério de ferro), além do desenvolvimento da pecuária.
O estado de Tapajós, por sua vez, terá 722.000 quilômetros quadrados, sendo, portanto, o mais extenso. Apesar de compreender a maior área do Pará, essa região é a menos populosa: 250 mil habitantes. Sua capital será a cidade de Santarém. Essa região apresenta pouco desenvolvimento econômico, composta por grandes áreas preservadas e muitos rios.
Restariam cerca de 240.689 quilômetros quadrados para o estado do Pará, sua população seria reduzida para aproximadamente 5,5 milhões de habitantes.
Opositores a essa divisão argumentam que esse processo geraria gastos desnecessários para a União e que essa proposta é uma estratégia política, pois 3 novos cargos de senadores e 8 de deputados seriam proporcionados para cada um desses novos estados.
Outro aspecto negativo alegado refere-se à economia dessas novas unidades federativas, visto que a região de Tapajós possui grandes áreas florestais, sendo proibido o desmatamento, além de reservas indígenas e áreas de conservação integral. No entanto, os defensores dessa divisão alegam que Tapajós possui grande potencial econômico, através da expansão da fronteira agrícola.
Caso seja aprovado o projeto de divisão do Pará, um plebiscito será organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TER) paraense. Essa votação está prevista para 2011, caso seja aprovada, o Pará não será afetado somente no espaço físico, mas também nos aspectos administrativos e socioeconômicos.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

CARICOM

O Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom) foi criado no dia 4 de julho de 1973, como um bloco de cooperação econômica e política. Atualmente os países membros são: Antigua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago. Em 1998, Cuba foi aceita no grupo como país observador.
O Caricom é composto por países ex-colônias europeias, que após terem adquirido a independência viram a necessidade de uma união entre si para superar problemas econômicos e sociais. Busca-se, com a união desses países, acelerar o processo de desenvolvimento econômico e social.

Através da formação desse bloco, os países membros, em comum acordo, objetivam o livre comércio na região, proporcionar a circulação do trabalho e capital, coordenar a agricultura e a indústria.

Em 1999, foi criado um acordo de livre comércio para a redução de tarifas entre os países do Caricom. No entanto, as tarifas continuam elevadas, com uma média de 15%, índice considerado alto pela OMC (Organização Mundial do Comércio). No ano 2000, Cuba e República Dominicana foram inseridas nos acordos de livre comércio com o bloco.

O Caricom é um bloco que, além de questões econômicas, aborda aspectos como política externa, e desenvolve projetos comuns nas áreas de saúde, meio ambiente, educação e comunicação.

Atualmente o bloco tem uma população de, aproximadamente, 14,6 milhões de habitantes, o PIB (Produto Interno Bruto) é de US$ 28,1 bilhões.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

ASEAN

Criada em 8 de agosto de 1967, a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) surgiu de um acordo entre Cingapura, Indonésia, Filipinas, Malásia e Tailândia, para assegurar o desenvolvimento econômico e a estabilidade política da região. Atualmente, os países integrantes da ASEAN são: Brunei Darussalam, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã.

Os principais objetivos dessa associação são: acelerar o crescimento econômico, progresso social e desenvolvimento cultural na região e promover a paz e a estabilidade através do respeito e justiça entre os países integrantes.

Os países membros da ASEAN adotaram durante a conferência de 1976 o Tratado de Amizade e Cooperação, que apresenta os seguintes princípios fundamentais: o respeito mútuo pela independência, soberania, igualdade, integridade territorial, identidade nacional; o direito de cada Estado para conduzir a sua existência nacional, livre de interferências externas; não ingerência nos assuntos internos de outro país; a renúncia à ameaça ou uso da força; cooperação eficaz entre si. 
Alguns acordos foram estabelecidos entre os países integrantes da ASEAN, em 1992 foi criada a zona de livre comércio, sendo implantada gradativamente até 2008. Outros projetos estão sendo criados com o intuito de facilitar a circulação de pessoas de negócio, fortalecer as instituições da ASEAN e acelerar a integração regional nos setores prioritários (viagens aéreas, produtos eletrônicos, pescas, saúde, produtos à base de borracha, têxteis e confecções, turismo e produtos de madeira).

A Associação das Nações do Sudeste Asiático busca a integração econômica entre os países membros, pretendendo obter o desenvolvimento econômico com equidade e redução da pobreza e desigualdade socioeconômicas até 2020.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

O QUE É O CAFCA?

CAFTA (Acordo de Livre Comércio da América Central e República Dominicana) é a idealização de um novo bloco econômico de livre comércio entre os Estados Unidos e os países da América Central. Aprovado pelo Congresso Americano no ano de 2007, o bloco incluiria além dos EUA, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Honduras, Guatemala e República Dominicana.

O CAFTA prevê a eliminação das medidas protecionistas e subsídios agrícolas de ambos os países, foi criado como um passo inicial para a implementação da ALCA (Acordo de Livre Comércio das Américas).

Positivamente, o Acordo irá proporcionar a abertura de milhares de empregos nos países centro-americanos, além de impulsionar e modernizar suas economias, uma vez que após o México, estes países são os maiores compradores dos produtos americanos. Também é prevista a criação de um Conselho de Assuntos Ambientais, especializado em combater a degradação ao meio ambiente gerada pelo desenvolvimento econômico.

No entanto, a maioria dos críticos afirma que o CAFTA trará mais conseqüências negativas do que positivas, além disso, se recusasse o tratado, a América Central pouco perderia, já que a maioria de seus produtos já entra nos Estados Unidos com taxas reduzidas, graças ao ICB (Iniciativa da Bacia do Caribe).

Fora isso, muitos temem que o acordo tenha as mesmas conseqüências que o NAFTA teve para o México: exploração de mão-de-obra barata, privatizações, irregularidades nos setores públicos, concentração de renda e empobrecimento da população. 
FONTE: http://www.brasilescola.com/geografia/cafta.htm

MERCOSUL

O MERCOSUL - Mercado Comum do Sul - é um bloco econômico criado em 1991, pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai baseado no Mercado Comum Europeu com o objetivo de reduzir ou eliminar impostos, proibições e restrições entre seus produtos. Em 2004, os países chamados andinos como o Chile, Bolívia, Equador, Colômbia e Peru se associaram ao MERCOSUL.

Em 2002, o MERCOSUL foi afetado pela situação econômica da Argentina, o que levantou grandes rumores acerca de uma possível relação com os Estados Unidos a fim de fragilizá-lo. Em 2004, a Argentina passou a ter atitudes contrárias às estabelecidas e assinadas no acordo fazendo com que a expansão do MERCOSUL fosse prejudicada e adiada.

Em 2005, a Venezuela buscou sua adesão ao acordo, mas teve que cumprir algumas exigências, como adotar a TEC – Tarifa Externa Comum. Esse acordo beneficiou as ligações comerciais e financeiras entre os países parceiros, já que houve implantação de indústrias filiais em países parceiros e ainda o grande crescimento turístico entre os mesmos.

O Brasil assumiu a liderança do bloco econômico e a Argentina assumiu a segunda colocação. O Brasil exporta, principalmente para os países parceiros, automóveis bem como suas peças de manutenção, bebidas, cigarros, café, açúcar, aparelhos eletrônicos, óleos e calçados.

Apesar das considerações feitas ao MERCOSUL, apenas o Chile cresceu economicamente acima da média mundial. As duas potências do MERCOSUL, o Brasil e a Argentina cresceram menos que a média mundial.
Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Qual é a religião da China?

Se alguém pensa em religião na China, provavelmente pensa em budismo ou taoísmo. Mas o cristianismo está no auge, como nunca antes. Muitas das restrições à liberdade de culto que se originaram na Revolução Cultural dos anos 60 foram descartas, abrindo caminho a um grau surpreendente de abertura e liberdade religiosa.
Tanto as igrejas católicas como as protestantes autorizadas pelo estado experimentaram níveis de crescimento que poucos poderiam prever na década de 80. A igreja protestante chinesa faz alarde de 20 milhões de fieis. Os chineses católicos chegam a 10 milhões. De qualquer forma, estão no meio de 1,5 bilhão de habitantes. Ou seja, uma gota no oceano.
O fato é que, apesar de a regulamentação do cristianismo e outras religiões na China estarem mais frouxas do que nunca, ainda existem restrições. Em uma rara concessão, Wang Zuo An, diretor-geral da Administração Estatal de Assuntos Religiosos, falou à BBC e demarcou as linhas que não devem ser cruzadas.
"Em termos de relação entre o estado e a fé, na China se pratica a separação: o estado protege a liberdade de culto e não interfere em assuntos internos dos grupos religiosos; da mesma forma, as religiões têm que manter-se dentro dos marcos constitucionais, da lei e da ordem, e não devem interferir em assuntos do estado, como a administração, educação e justiça", esclareceu Wang.
"Nosso governo quer que as religiões se desenvolvam na China e estamos dispostos a prover toda a ajuda necessária", disse o comissário. Assistência que inclui apoio financeiro considerável. Mas, o quê o estado comunista ganha com esse investimento?
Apoio justificado - "Junto com o progresso trazido pela reforma da China e seu de abertura, temos visto surgir alguns problemas sociais. O governo chinês espera que as religiões possam promover a harmonia que defendem e contribuam para a construção de uma sociedade mais harmoniosa", afirma Wang.
A mensagem às comunidades religiosas parece ser que se quiserem ajudar a promover a coesão social, o governo comunista não colocará obstáculos, sempre e quando se atenham às regras e não questionem o status quo político.
Em um asilo de idosos mantido por um grupo católico, a BBC encontrou em uma cadeira de rodas uma senhora muito velha que – de rosário e crucifixo no pescoço – canta uma música de boas-vindas. O padre J.B. Lang explica que, quando chegou ao centro, a mulher não falava. Muito menos cantava.
De acordo com o sacerdote, a política chinesa de um só filho deixou muitos idosos completamente abandonados. "Depois de um tratamento essa senhora voltou a falar. Inclusive descobriu a fé. Servir aos outros com amor, esse é o princípio cristão. Alguns funcionários do governo dizem que nós fazemos pela sociedade o que eles não podem fazer. E opinam que a igreja faz bom trabalho, apreciado por eles."
No mesmo centro, um ancião que parecia um mendigo também queria cantar. Orgulhoso, o padre o anima. Mas de sua boca brota uma melodia discordante: o que entoa é uma canção de sua juventude comunista.
"Tenho muito a agradecer a Mao. Sem a revolução não teria aprendido a ler, nem teria terra para lavrar. Foi depois, quando já não pude trabalhar, que tive de pedir esmolas", explica e, em seguida, canta um hino católico. Os empregados sorriem aliviados pela demonstração de amor à religião, depois da que deu ao comunismo: essas são as lealdades duplas que têm de aceitar.
Alguém com memórias muito menos doces da Revolução Cultural é o bispo da diocese de Xangai: Abysius Jin, que passou 27 anos na prisão por ser padre quando Mao Tse Tung comandava o país. Com seus 94 anos, não duvida em criticar a igreja a que se manteve fiel por tanto tempo.
"Se não se utilizassem métodos contraceptivos na China haveria uma explosão populacional que não seria boa para ninguém", disse ele, sentado ao lado de uma foto do papa, que não estaria muito de acordo com sua opinião. "Ele é muito conservador. É alemão. Preferia que fosse mais progressista."
Tendências - Na Academia Chinesa de Ciências Sociais, entretanto, os intelectuais se dedicam a analisar a fé de outra perspectiva. Além de investir no desenvolvimento da religião, o governo também financia o estudo dela como fenômeno social. O professor Xhuo Xinping lidera uma equipe de mais de cem pesquisadores que estão estudando se há um vínculo na história ocidental entre a prosperidade econômica e o protestantismo, e como a China pode se beneficiar disso.
"Nossos economistas mantém discussões muito interessantes sobre a ética protestante e o espírito calvinista. É muito importante revelar o segredo do desenvolvimento social de uma cultura."
Desse ponto de vista, a religião poderia contribuir para o desenvolvimento econômico da China – uma hipótese que se examina nesse centro de estudos comunista, sem sinais de que exista alguma contradição entre os postulados. Mas e o compromisso do comunismo com o ateísmo? "Respeito a pergunta sobre a existência de Deus. O Partido Comunista crê que não", esclarece Wang.   
fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/a-china-agora-cre-em-deus?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

domingo, 5 de setembro de 2010

Conflitos na América - Destaque para Quebec!

O Quebec é uma das mais ricas províncias do Canadá, localizada no Sudeste do país. Apresenta mais de 1,5 milhão de km2 e tem cerca de 25% da população nacional, com cerca de 8 milhões de habitantes.
Parte considerável da população do Quebec, onde predomina a cultura de origem francesa, quer sua separação do restante do país. No último plebiscito realizado com essa finalidade, em 1995, os separatistas quase atingiram seu objetivo.
A maior parte da população canadense é de origem inglesa (44%), descendente de colonos britânicos e de norte-americanos. Os indivíduos de origem francesa representam quase 30% do total e concentram-se na província de Quebec.
Desde a época da colonização, surgiram movimentos separatistas, dividindo franceses e britânicos. A província de Quebec é o caso mais extremo. Para amenizar o problema, desde 1969, o francês passou a ser a segunda língua oficial do Canadá, embora só seja falada em 22% dos lares (em 67% deles se fala inglês). Por meio de um plebiscito, a maioria da população de Quebec manifestou-se contra a separação (1981), mas exigiu direitos específicos e maior participação política. Em 1995, em outro plebiscito, a parcela da população favorável à independência subiu para 49% dos votos.

Curdos

Os curdos são uma das etnias indo-européias presentes no Oriente Médio há mais de 1000 anos. Formam o maior povo sem Estado no mundo atual, com uma população superior a 35 milhões de pessoas.
Os cursos ocupam um território com cerca de 500 mil km2, que se estende principalmente pela Turquia, Síria, Iraque, Irã, Armênia e Azerbaijão.


Embora nunca tenha existido um Estado curdo, no início da década de 1920 desenvolveu-se na região atualmente ocupada por esse povo a idéia de formação de um Estado nacional. Quando a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) terminou, foi assinado o Tratado de Sèvres, que previa a autonomia do Curdistão, mas ele não foi respeitado.
Já em 1920, surgiram na Turquia os primeiros sinais de uma oposição sistemática à formação da identidade nacionalista curda, por meio de uma política de assimilação desse povo e pela proibição do uso de sua língua e vestimentas típicas. No Irã os curdos formaram um partido político (Jiani Curdistan - Renascimento do Curdistão) e fundaram, em 1946, a República de Mahabad, logo retomada pelo exército iraniano. Na Síria, na década de 1960, foi criado um plano para eliminação dos curdos, com as seguintes medidas: dispersão da sua população; privação de instrução; restrição de alimentação; e ocupação das suas terras por sírios nacionalistas. O lraque, único país que reconhece a etnia curda, embora o governo não permita a sua autonomia, matou alguns milhares de pessoas na região ao longo do governo de Saddam Hussein.

China

Logo após a revolução socialista de 1949, a China retomou o Tibete, possessão que ocupou entre 1751 e 1912, quando o perdeu para a influência inglesa. Em 1959, as tropas chinesas esmagaram uma rebelião comandada pelos monges budistas locais, o que levou seu líder (dalai-lama) ao exílio, condição em que se encontra até hoje. Além disso, o governo chinês começa a enfrentar problemas internos originados pelas pressões separatistas de outros grupos, em especial dos muçulmanos do Xinjiang e dos mongóis, que vivem em províncias autônomas. Se somados ao Tibete, esses movimentos separatistas querem a autonomia de cerca de 40% do território chinês.

Apesar das pressões internacionais a China não aceita discutir a questão do Tibete, pois entende que dar autonomia a essa região poderia provocar outras minorias étnicas sob seu domínio, a também exigirem independência.
A questão islâmica na China se restringe ao oeste do país, na região do Sin-kiang, onde vivem diversos povos das etnias turca e tadjique. Em várias províncias locais os chineses são minoria e predominam os grupos muçulmanos. O sentimento separatista se intensificou em 1991, com o fim da URSS, pois as repúblicas do Quirguistão e Casaquistão tornaram-se Estados independentes. Mas, os muçulmanos chineses não receberam apoio desses países, que preferiram preservar sua relação com o governo de Beijing em troca de vantagens econômicas e políticas.
A questão mongol ocorre no norte do país, na região da Mongólia Interior. A etnia mongol é minoria na província, e reivindica maior autonomia cultural e democratização. Uma parte da população almeja uma reunificação com a Mongólia, país independente que não estimula essa esperança dos separatistas.

Filipinas

As Filipinas ocupam um arquipélago com cerca de 300 mil km2, onde vive uma população de mais de 90 milhões de pessoas. Ao contrário da Indonésia, aqui a população predominante é de católicos (85%) e os muçulamanos se restringem a 5% da população, concentrados em ilhas do sul do país. O islamismo chegou à região no século XVI, com a expansão comercial dos árabes. Mas, a partir de 1521, grande parte das ilhas passaram a ser colonizadas por portugueses, que introduziram a religião católica e se tornaram dominantes.
Desde 1972, ano da fundação da Frente Moro de Libertação Islâmica (MILF - Moro Islamic Liberation Front), a luta pela autonomia do sul muçulmano já provocou mais de 120 mil mortes. Embora a autonomia da região tenha sido reconhecida, em 1989, e um tratado de paz firmado, em 1996, os conflitos continuam.
Seqüestros de católicos iniciados em 2000, reabriram a crise entre o governo e os rebeldes muçulmanos. Têm sido freqüentes os ataques de tropas Filipinas às bases rebeldes no sul do país, em especial na região da ilha de Jolo.

Indonésia

A Indonésia é um país que ocupa um árquipelago de 18 mil ilhas, com quase 2 milhões de km2, localizado entre o sudeste asiático e a Austrália. Sua população é a quarta maior do mundo, aproximando-se de 250 milhões de pessoas. É o maior país islâmico do mundo, mas com grande diversidade étnica. Mais de 80% da população professa o islamismo. Há uma pequena população católica (5%), que sofre forte discriminação e que já entrou em conflitos com a maioria islâmica, provocando milhares de mortes. Igrejas, escolas e locais públicos freqüentados por católicos são alvos freqüentes de ataques a bomba.

Sri Lanka

O Sri Lanka é uma ilha no oceano Índico, nas costas da Índia, com cerca de 20 milhões de habitantes. Apresenta grande diversidade étnica, com línguas e religiões diferentes, com várias minorias, das quais se destacam muçulmanos, mouros e malaios. Predominam os povos cingaleses, com cerca de 75% da população, concentrados no sul, que professam o budismo. O segundo grupo mais numeros é o dos tâmis, provenientes da Índia, com cerca 12% da população, concentrados no norte e nordeste da ilha, que professam o hisduismo.
Os guerrilheiros tâmis, da Liberation Tigers of Tamil Eelam (LTTE) pretendem criar o Estado Tamil Eelam (Eelam é o termo tâmis para se referir a sua pátria) no norte-nordeste da ilha.
A forte discriminação sofrida pelo tâmis, com baixa renda, falta de escolas e trabalho, acirrou os conflitos étnicos, criando uma guerra civil que já matou 70 mil pessoas desde 1983. Entre 1987 e 1990 a Índia invadiu a região, apoiando os tâmis, enquanto milhares deles buscaram asilo na costa indiana. Em 2001, com mediação internacional, conseguiu-se um cessar-fogo, mas hostilidades voltaram a partir de 2005 e já mataram mais de 4 mil pessoas.

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